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Quando o pai do farmacêutico Elzo Ferreira morreu, em maio de 1997, em Flor da Serra do Sul, Sudoeste do Paraná, vítima de complicações respiratórias em decorrência de asma, a vida do então estudante de Administração mudou. "Achei que asma não matava. Além disso não podia acreditar que não existia um medicamento capaz de salvar a vida do meu pai", afirma. A indignação motivou Ferreira a estudar e procurar uma cura para a doença.

Na tarde de ontem, após oito anos de estudos, Ferreira apresentou os resultados preliminares do uso do Asmazol, um medicamento feito à base de extrato de xaxim, desenvolvido por ele em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A exposição foi dirigida a uma equipe composta por representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Farmanguinhos (laboratório ligado à Fundação Oswaldo Cruz).

O grupo foi enviado a Curitiba para conhecer o medicamento e avaliar a possibilidade de parcerias para a complementação de estudos e fabricação industrial do medicamento. A apresentação sobre os resultados do medicamento, feita ontem, será a base para um relatório que está sendo produzido pelo responsável pela área de plantas medicinais do Ministério da Saúde, Ângelo Rodrigues. Dependendo do teor do documento, podem ser firmados acordos com o governo federal.

Pesquisa

O pesquisador confessa que, em 1997, quando o pai morreu, não sabia por onde começar, mas tinha consciência de que medicamentos feitos à base de plantas medicinais custam menos. Foi um descendente de indígena quem mostrou o caminho. "O índio me disse que na aldeia dele costumavam usar o xaxim para qualquer problema respiratório", recorda. Ferreira resolveu ir mais a fundo na história. Desistiu do curso de Administração e ingressou em Farmácia e Bioquímica. Paralelamente, apresentou o projeto para desenvolver um medicamento à base de extrato de xaxim a professores da UFPR. A iniciativa deu certo. Hoje, o Projeto Asma envolve 17 cientistas, quatro universidades e cinco centros de pesquisas. O Hospital de Clínicas realiza testes pré-clínicos em voluntários e os resultados têm sido satisfatórios.

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