Brasília O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou ontem ao Conselho de Ética da Casa sua defesa no terceiro dos cinco processos a que responde por quebra de decoro parlamentar. No documento, Renan ataca o usineiro João Lyra que acusa o peemedebista de ter firmado sociedade oculta para a compra de empresas de comunicação em Alagoas.
A reportagem apurou que, na defesa, Renan argumenta que João Lyra se tornou seu inimigo político em Alagoas, por isso teria feito a acusação do uso de "laranjas" para a compra de duas rádios e um jornal.
A estratégia do senador, no texto, é desqualificar o usineiro para que as denúncias reveladas por ele não tenham credibilidade no Senado. Renan argumenta, na defesa, que Lyra se tornou seu adversário político nas disputas locais e acabou derrotado pelo seu grupo político nas últimas eleições. Por vingança, teria decidido derrotá-lo politicamente em meio à crise que atingiu o senador depois dele ser acusado, no fim de maio, de receber recursos da empresa Mendes Júnior para pagar despesas pessoais.
O presidente licenciado do Senado afirma que Lyra é um "empresário desacreditado" que reponde a processos na Justiça, o que não lhe confere credibilidade para fazer denúncias contra um senador. "O depoimento e as falsas denúncias do ex-deputado João Lyra carregam o estigma da maldade, do rancor, da vontade de prejudicar o representado. São acusações inidôneas desferidas por um inimigo capital, confessadamente adversário político", diz o texto.
Renan acusa Lyra de envolvimento em uma série de crimes em Alagoas, que vão desde o uso de "laranjas" para a compra de um jornal até assassinato.
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