Solidariedade - Parlamentares apóiam senador
Senadores do governo e da oposição prestaram solidariedade ontem ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse, no plenário do Senado, que não defenderá o afastamento de Renan da presidência. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também saiu em defesa de Renan no plenário. Segundo Suplicy, a bancada do PT vai aguardar novos esclarecimentos do senador antes de se manifestar sobre as denúncias. Da tribuna do Senado, Renan disse que não haverá "em momento algum surpresa alguma" no que diz respeito às suas explicações.
Brasília Apesar de ter dito, em discurso no plenário do Senado na segunda-feira, que só usou "recursos próprios" para pagar o aluguel e a pensão alimentícia da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, no valor de R$ 12 mil mensais, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu ontem que não dispõe de comprovantes dos pagamentos feitos antes do reconhecimento da paternidade 21 de dezembro de 2005. Isso significa que ele não tem como desmentir que a empreiteira Mendes Júnior tenha pago essas despesas nos anos de 2004 e 2005.
Apesar do cenário desfavorável, logo ao chegar ao Senado, Renan disse que não vai pedir licença nem se afastar da presidência do Congresso. "Antes e durante a gestação, repito, arquei com as despesas necessárias com meus recursos", disse Renan em seu discurso na segunda-feira. Ontem, no Itamaraty, à saída de almoço oferecido pelo governo brasileiro ao secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, Nong Duc Manh, o presidente do Congresso refez as declarações respondendo com três perguntas às indagações dos repórteres sobre a falta de demonstrativos de pagamento antes do reconhecimento da paternidade. "Por que ia haver (comprovantes de) depósitos se a relação não era oficial? Como ia haver depósitos se a relação não era oficial? Como ia haver depósito da minha conta para a dela?" Em seguida, acrescentou: "Só houve depósito (bancário) quando eu assumi a paternidade. Eu efetuava os pagamentos. Não tem dinheiro público, o dinheiro era meu".
Segundo reportagem da revista Veja, Mônica buscava mensalmente o dinheiro da pensão e do aluguel no escritório da Mendes Júnior. A revista diz e o advogado da jornalista, Pedro Calmon, confirma que o dinheiro era deixado pelo lobista da empresa Cláudio Gontijo em um envelope com as iniciais dela.
Renan disse também que não tem nenhuma intenção de licenciar- se da presidência para se defender de denúncias de irregularidades. "Não, porque não há nenhuma acusação contra mim", afirmou, em resposta a uma pergunta sobre eventual pedido de licença.
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