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Curitiba – O PMDB será o fiel da balança para a governabilidade do futuro presidente da República. Com a maior bancada na Câmara (86 deputados) e a segunda no Senado (15 parlamentares), o apoio do partido vai ser essencial tanto a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como a Geraldo Alckmin (PSDB). Os dois candidatos vão disputar a preferência dos eleitores novamente no dia 29 de outubro, no segundo turno das eleições presidenciais.

Lula, que tenta o segundo mandato, ganha apertado na Câmara (216 deputados a favor contra 211 pró-Alckmin). No Senado, a conversa muda de figura. É a vez de Alckmin ter maioria (39 senadores a favor contra 27 lulistas).

Tanto PT como o PSDB já tentam uma aproximação com o PMDB. Os petistas parecem ter saído na frente. Eles costuraram um frágil apoio antes do primeiro turno. Mas a dificuldade em negociar com o PMDB é que o partido não tem uma liderança nacional capaz de fazer com que seus parlamentares sigam uma determinação central.

O índice de renovação da Câmara dos Deputados é o mais alto desde 1994, segundo cálculo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Em umas das eleições mais disputadas dos últimos anos (10 candidatos por vaga), o Diap registrou um índice de renovação de 52%, com 246 deputados novos na casa. Em 1994, 54% da Câmara era composta por parlamentares que não faziam parte da legislação anterior.

Apesar de 84,4% dos deputados eleitos em 2002 terem tentado mais um mandato, o índice mais alto desde 1998, somente 48% conseguiram se reeleger. Em 2002, quase 70% dos deputados haviam conseguido se reeleger.

Os números contrariam em parte as previsões de que a legislação eleitoral iria favorecer os políticos com mandato, já com uma base consolidada de eleitores e com uma rede de apoios financeiros bem formada.

A proibição dos showmícios também desestimulou a prática dos grandes eventos públicos, em que vários candidatos se apresentavam, a um custo menor.

Dois fatores, no entanto, contribuíram para tornar esse cenário mais complicado. Primeiro, o fator indignação dos eleitores com os últimos escândalos que atingiram o Legislativo, notadamente a crise do mensalão e o esquema dos sanguessugas.

"Os novos (deputados) foram favorecidos pelo clima de indignação dos eleitores. Mas somente isso não explica tudo. Os candidatos novos também se esforçaram mais na campanha que os velhos candidatos", afirma Antônio Augusto de Queiroz, analista do Diap.

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