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Porto Alegre – O jornalista da Globo Guilherme Portanova falou ontem, em entrevista à Rádio Gaúcha, que chegou a negociar a própria morte com os bandidos que o seqüestraram em São Paulo. Ele contou que pediu que, se fossem matá-lo, que fosse sem dor e com um tiro só. "O fantasma do Tim Lopes era muito forte", afirmou.

Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Calado foram seqüestrados na manhã de sábado. Calado foi libertado na noite do mesmo dia para levar para a emissora um vídeo dos seqüestradores. O repórter foi libertado no início da madrugada de ontem.

O jornalista disse que, durante o cativeiro, pensou em abandonar a profissão. "Primeira coisa que pensei foi comprar um sítio numa cidade pequena, nunca mais ligar jornal, tevê, rádio, nada, e desaparecer", afirmou, dizendo que mudou de idéia depois da libertação, ao ver a mobilização e a ação do sistema de segurança da emissora.

"Por pedido meu e exigência da Globo, eu vou sair de férias, devo ir a Porto Alegre, devo ir também a Florianópolis, onde também trabalhei, e depois vamos discutir o que eu farei, porque quando ocorre algo assim é normal sair de circulação", explicou Portanova.

Depoimento

Ontem, o repórter prestou depoimento na sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), em São Paulo.

Em mais de três horas, ele repetiu a mesma versão apresentada na madrugada, mas acrescentou que passou por três cativeiros, segundo revelou um dos delegados que saiu do Deic no meio do depoimento e conversou com a imprensa.

A polícia ainda não sabe a localização exata dos cativeiros, mas diz que um deles fica na zona sul de São Paulo.

Em entrevista coletiva na Divisão Anti-Seqüestro (DAS), o delegado Wagner Giudice disse que a polícia trabalha com a hipótese de que seis pessoas participaram do seqüestro de Portanova e que já tem alguns suspeitos, todos com ficha na polícia.

Giudice não quis revelar quem são os suspeitos e disse que o repórter ainda não reconheceu nenhum criminoso.

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