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Em audiência pública ontem, em São Paulo, para discutir o direito do cidadão se manifestar, o repórter fotográfico Sérgio Silva apresentou documento, com mais de 45 mil assinaturas, pedindo que a bala de borracha não seja mais usada pela polícia em protestos. Segundo ele, "bala de borracha é arma moderna, mas ainda de tortura", e ele diz isso com conhecimento de causa, pois no dia 13 de junho do ano passado, quando registrava uma manifestação na capital paulista, teve o olho esquerdo atingido por uma bala de borracha e perdeu a visão. As informações são da Agência Brasil.

"A bala de borracha impede que o policial identifique quem é o possível agressor ou esteja cometendo algum delito. À distância, ele [policial] atira. Existia uma certa distância entre nós [ele e o policial], mas não uma distância em que ele [policial] não enxergava que eu, Sérgio Silva, trabalhador e repórter, estava com uma câmera fotográfica, e não uma arma. E ele apontou a arma e tirou minha visão. Esta é uma tortura eterna que vou carregar para o resto da vida", disse Silva. Segundo o fotógrafo, a bala de borracha, muito utilizada pela polícia de São Paulo em manifestações, é uma forma de tortura.

Na audiência, promovida pelos ministérios públicos da União e do estado, Sérgio Silva entregou o documento à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, com pedido para que seja apresentado ao secretário Fernando Grella, que foi convidado, mas não participou da audiência. Mandou representante. O comandante da Polícia Militar (PM), Benedito Roberto Meira, também foi convidado, mas não compareceu, assim como o procurador-geral do estado, Márcio Elias Rosa, que também enviou representante.

Para o procurador da República Jefferson Aparecido Dias, mediador da audiência pública, e para Sérgio, as ausências podem sugerir falta de disposição das forças de segurança para diálogo sobre o tema. "Entendemos que é lamentável eles abrirem mão deste espaço. Nós, do Ministério Público, esperávamos que se tivesse um pouco mais de consideração, e que eles pudessem comparecer para poder debater. O Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual são casas democráticas e abertas ao diálogo", falou o procurador.

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