• Carregando...
Agenor Salgado Filho, delegado da Divisão de Polícia Metropolitana (DPMetro) | Fábio Alexandre/ Tribuna do Paraná
Agenor Salgado Filho, delegado da Divisão de Polícia Metropolitana (DPMetro)| Foto: Fábio Alexandre/ Tribuna do Paraná

Defesa

Advogado afirma que acusados fizeram confissão sob tortura

Rafael Neves

O advogado Roberto Rolim de Moura Junior, que defende os quatro acusados de terem abusado e assassinado a adolescente Tayná da Silva, afirmou ontem que os quatro suspeitos disseram ter feito as confissões sob tortura.

"Eles declararam que sofreram agressões em pau-de-arara e até empalamento para que fossem forçados a admitir uma culpa que não têm."

De acordo com o advogado, os quatro teriam sido coagidos tanto na delegacia do Alto Maracanã, para onde foram levados inicialmente, como no Centro de Operações Especiais (Cope) e na delegacia de Araucária (dois dos presos foram levados para cada local).

Até a próxima quinta-feira, o advogado deve pedir relaxamento ou revogação das prisões preventivas dos acusados.

"Não cabe mais a polícia fazer qualquer tipo de análise ou chegar a qualquer conclusão, porque esses fatos agora são de atribuição do MP. O promotor vai analisar todas as provas e os laudos serão repassados."

Agenor Salgado Filho, delegado da Divisão de Polícia Metropolitana (DPMetro)

O resultado de um exame genético causou mais uma reviravolta na investigação da morte da jovem Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, assassinada em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), um laudo indica que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro homens detidos acusados de terem estuprado e asfixiado a menina até a morte.

O caso apresenta inconsistências desde o início. Quatro homens foram apresentados e indiciados depois de terem, supostamente, confessado o estupro da menina e seu assassinato, embora tenham apresentado versões diferentes e até mesmo negado o crime. A nova prova da perícia indica que uma quinta pessoa pode ter relação com o caso e lança dúvidas sobre a participação dos quatro homens já detidos.

Ainda soma-se ao impasse a declaração da perita Jussara Joeckel, que afirma não haver indícios de que a jovem sofreu violência sexual. A declaração que foi reafirmada ontem, quando ela conversou com a imprensa antes de participar de uma reunião sobre o caso no Instituto de Criminalísti­ca. Além de Jussara, estavam presentes na reunião os delegados Agenor Sal­gado Filho, da Divisão de Polícia Metropolitana (DPMetro), Fábio Amaro (delegacia de Pinhais), Silvan Rodney Pereira (delegacia de Alto Maracanã), Rafael Vianna (delegado assessor civil da Sesp), médicos legistas, representantes da Polícia Científica e o promotor Ricardo Casseb Lóes, do Ministério Público de Colombo.

O delegado Agenor Sal­gado Filho comentou, anteriormente, que poderia haver algum erro no caso. "Se errou, vai responder. Quem participou dessa investigação vai ser responsabilizado", afirmou, para depois reforçar que a polícia não trabalha com a possibilidade de erro.

Ele explicou que o inquérito já foi concluído, mesmo sem todos os laudos periciais prontos, e encaminhado para o Ministério Público, que deve ser o responsável pelo andamento do caso a partir de agora.

Questionado sobre o encerramento do inquérito mesmo sem provas conclusivas contra os quatro acusados, Salgado disse que há "fortes indícios" da ligação deles com o crime. "Esse fato do sêmen ser ou não ser é mais um dado dentro da investigação", afirmou.

O médico legista Ale­­xandre Antônio Gebran, chefe de necrotério do IML, afirmou que os laudos de necropsia não estão prontos. "O que posso adiantar é que a causa da morte foi asfixia mecânica por estrangulamento", diz. Ele não quis comentar sobre os exames que estão sendo realizados, nem se estão prontos ou não.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]