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Cerca de 20 quiosques instalados na Praia Central em Guaratuba, no litoral do estado, já foram removidos pelos proprietários. Eles temiam que houvesse confusão durante a operação de retirada, que seria realizada ontem, segundo a gerência regional da Secretaria do Patrimônio Público (SPU). A remoção contaria com o auxílio da Polícia Federal (PF), segundo havia informado o gerente da SPU no Paraná, Dinarte Vaz, mas acabou não acontecendo. Vaz entrou em férias no fim de semana.

Luciano Sabatcke Diz, que assumiu interinamente o cargo, disse que falta apenas o acerto logístico com a PF para a retirada dos quiosques que permaneceram no local.

"Durante a semana vamos descer e retirar os quiosques que ainda estiverem lá", afirmou. Alguns proprietários resolveram aproveitar o novo adiamento da operação e abriram seus quiosques para vender alimentos e bebidas.

De acordo com a SPU, o objetivo é evitar riscos à saúde da população local e de veranistas, já que na área não existem redes de abastecimento de água e esgoto e nem mesmo sanitários. O órgão aponta ainda a agressão estética das praias. Até a manhã de ontem havia 92 quiosques na praia Central e no balneário Caieiras. A maior parte dos que foram retirados pertence a moradores de Guaratuba. Dezenas deles permaneceram fechados inclusive no feriado prolongado, já que os proprietários são da capital e do interior do estado.

Os quiosques foram instalados em 1996, quando a prefeitura de Guaratuba resolveu disciplinar o comércio ambulante na orla, retirando carrinhos de lanches.

A licença inicial para exploração dos quiosques fixos foi expedida para um período provisório, até a elaboração de um projeto definitivo.

A SPU vai autorizar a construção de apenas seis quiosques, todos em alvenaria e com sanitários e redes de água e esgoto. Cabe à prefeitura encaminhar um projeto para as construções serem liberadas. Por meio de sua assessoria, a prefeitura de Guaratuba informou que o projeto já foi entregue e que não há necessidade de alterações.

"Dependo desse comércio para sobreviver, não sei o que vou fazer", comentou o comerciante Orlando de Souza Ferreira, 57 anos, há 13 no local. Outros comerciantes querem que a prefeitura aponte uma solução. "O pessoal da prefeitura sempre disse para a gente ir ficando. Agora, nem aparecem por aqui. Precisamos trabalhar", disse Sérgio Ricardo Garcia, 46 anos. Ele estima que cerca de 60 famílias dependem do comércio. "Será que vão arrumar emprego para nós na prefeitura?", indagou outro proprietário de quiosque, Jair Nascimento Américo, 39 anos.

Já o aposentado Antônio Ferreira, 67 anos, estava desiludido. Ele manteve o quiosque aberto. "Esse é meu ganha pão e ainda dou emprego para mais três pessoas", revelou.

Ele disse que, se retirarem seu quiosque, vai comprar uma perua e estacionar no calçadão para continuar vendendo seus produtos. Ele é um dos poucos que mantém o comércio aberto durante todo o ano.

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