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Os três acusados pela chacina passaram todo o julgamento de cabeça baixa | Osmar Nunes/Gazeta do Povo
Os três acusados pela chacina passaram todo o julgamento de cabeça baixa| Foto: Osmar Nunes/Gazeta do Povo

Os autores da maior chacina do Paraná – Jair Correa, 52 anos; Ade­­mar Fernando Luiz, 28; e Fabiano Alves de Andrade, 25 –, ocorrida dia 22 de setembro do ano passado numa chácara em Guaíra, onde foram assassinadas 15 pessoas e outras oito sobreviveram, foram condenados a 348 anos de prisão cada um, em regime fechado e sem qualquer benefício. O julgamento, que começou na segunda-feira, terminou ontem às 17 horas com a leitura da sentença pelo juiz de Direito da comarca local, Wendel Fernando Brunieri. Os jurados acataram a denúncia do Ministério Público e entenderam que cada um dos réus é culpado pelos 15 homicídios e 8 tentativas de homicídio. O promotor de Justiça Marcos Cristiano Andrade ficou satisfeito com a sentença. "É uma sentença à altura do crime que eles cometeram", disse. Os advogados da defesa, Luiz Cláudio Lourenço e Ademilson dos Reis, informaram que deverão recorrer para diminuir as penas.

Cerca de 15 parentes e amigos das vítimas acompanharam o julgamento e não comemoraram a decisão. Romana Gonçalves, 49 anos, perdeu o filho, um irmão e um afilhado na chacina. "Espero que eles passem o resto da vida na cadeia", disse. Os três condenados foram levados de volta para o Centro de Detenção e Resso­cialização de Cascavel, onde já estavam presos desde o fim do ano passado.

Ontem, o momento mais tenso foi quando os advogados de defesa argumentaram em favor dos réus. Familiares e amigos das vítimas deixaram o plenário, o que tirou a concentração de Lourenço. "Não citei nome de ninguém e não entendi porque deixaram a sala", disse. Os advogados são dativos, designados pelo Estado.

Nos depoimentos, Jair Correa assumiu a autoria de sete homicídios. Ele admitiu ter tramado a armadilha a fim de matar o dono da chácara, Jossimar Marques Soares, o Polaco, e dois colegas dele por causa de uma dívida de R$ 4 mil e para se vingar da morte de um afilhado seu. Correa ficou sabendo que seria realizada uma reunião na chácara de Polaco para definir a sua morte. Por isso, Correa e os dois comparsas chegaram ao local às 13h30 e encontraram apenas o filho do dono, Misael Wanderlei Soares, 16 anos, que foi o primeiro a morrer. Depois, conforme as próprias testemunhas, quem ia chegando era dominado e morto. Enquant o executavam as vítimas, os três bebiam caipirinha de pinga com laranja. Os jurados entenderam que o crime foi por motivo fútil, à traição, sem chance de defesa para as vítimas.

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