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 | Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
| Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

O estado do Rio de Janeiro registrou os primeiros casos de chikungunya em seu território. Até então, as pessoas diagnosticadas com o vírus haviam sido contaminadas em viagens ao exterior ou ao Nordeste. Houve dez registros da doença em novembro, informou a Secretaria Estadual de Saúde. Seis pacientes não tinham viajado. Isso demonstra que o vírus chikungunya está circulando no Estado, ao mesmo tempo em que há surtos de dengue e zika.

Os casos de chikungunya foram registrados na zona oeste da capital. Para tentar conter a proliferação do vírus, houve ações de bloqueio nos quarteirões em que os pacientes moram – além da passagem de fumacê pelas ruas, houve coleta de mosquitos com o equipamento chamado “bazuca aspiradora”, que suga os insetos que estão voando dentro de casa.

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A preocupação da secretaria é que haja aumento de mortes por dengue. “A chikungunya é mais uma doença transmitida pelo mesmo Aedes aegypti, que apresenta sinais semelhantes à dengue e zika. Chikungunya não apresenta geralmente formas graves, o problema são as formas agudas e crônicas. Zika também não tem alta letalidade. A grande preocupação é em relação às grávidas. Mas a dengue tem formas graves e com número elevado de mortes se não for feito atendimento inicial adequado. O problema é confundir dengue com casos de zika ou de chikungunya”, afirmou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe.

De acordo com Chieppe, a orientação da secretaria aos médicos é de que todos os pacientes sejam tratados como infectados por dengue. A secretaria está finalizando as regras de conduta. O “protocolo de abordagem única para o paciente com síndrome febril aguda” ficará disponível em postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e clínicas particulares.

“A orientação é tratar sempre como dengue. Depois, a suspeita pode ser descartada”, afirmou Chieppe.

Há casos relatados na literatura médica de pacientes que tiveram duas viroses de uma só vez. “A coinfecção acontece, mas não é comum. A grande questão na circulação simultânea de três vírus não é o impacto do aumento do número de casos, mas a necessidade de organizar a rede assistencial para fazer o diagnóstico correto da doença. Esse é o primeiro desafio. A experiência que a gente tem é que uma epidemia suplanta a outra. Não é comum relato de epidemias simultânea”, disse o subsecretário.

A grande dificuldade é que não há ainda exames sorológicos confiáveis para zika. Esse tipo de exame mostra se a pessoa tem ou teve o vírus a partir dos anticorpos presentes no organismo. Mas os testes confundem dengue, zika e chikungunya, o que leva os resultados a registrar falsos negativo ou positivo. Para identificar zika é preciso fazer o exame RNA PCR, que, pelo sequenciamento genético do vírus, identifica a presença do agente no corpo. O exame só é eficaz se for feito até o quinto dia de sintomas.

O Laboratório Richet informou que começará a oferecer o teste de zika pela urina, ao custo de R$ 700. “Os ainda poucos estudos publicados mostram que o teste na urina pode ser mais sensível do que o feito no sangue, principalmente pelo fato de que o material genético do vírus pode ser detectado na urina por mais tempo do que no sangue, em média até o décimo dia após o início dos sintomas”, afirmou o diretor-médico do laboratório, Helio Magarinos Torres Filho. O teste é feito em parceria com laboratório da Alemanha.

Boletim da secretaria informa que até terça-feira (22) foram registrados 84 casos de microcefalia no Estado; 69 dos quais bebês já nascidos, os outros 15 ainda em gestação. Trinta mulheres relataram o aparecimento de manchas vermelhas durante a gravidez. O número representa aumento de 42% em relação à semana anterior, quando havia 59 bebês com a má-formação craniana. Também foram notificados sete casos da Síndrome de Guillain-Barré no Rio. Um dos pacientes teve manchas vermelhas.

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