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O ex-banqueiro Alberto Salvatore Cacciola, de 64 anos, será ouvido em sindicância aberta para apurar denúncias de que ele estaria recebendo regalias no Presídio de Bangu 8, onde cumpre pena há 40 dias por gestão fraudulenta e peculato. Segundo denúncia recebida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Cacciola teria feito refeições requintadas como lagosta e salmão, compradas em um restaurante da Barra da Tijuca. Os dois pratos custam, no total, R$ 170. O advogado do preso nega.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse hoje que o caso será "apurado a fundo". "Vamos agir com dureza, até porque o que vale para Chico também vale para Francisco. E o governo não compactua com este tipo de coisa", afirmou.

O advogado de Cacciola, Carlos Eli Eluf, disse que a denúncia é "mentirosa" e que beira as "vias da hilariedade e da insanidade". De acordo com o advogado, o ex-bancário é alérgico a frutos do mar e não poderia ter comido lagosta. Além disso, o fato de manter um cardápio refinado dentro da cela traria risco de vida para Cacciola, alega Eluf.

"O senhor Cacciola divide uma cela com 34 pessoas. Ele não vai comer lagosta ou salmão enquanto 33 presos almoçam arroz com feijão, porque iria arrumar uma animosidade tão grande dentro da cela que poderia até ser morto. Isso é impossível", afirmou. Eluf lembrou que os presos podem receber alimentos da família. "Mas ele nunca recebeu lagosta nem salmão. Isso é uma campanha dirigida para difamá-lo", afirmou.

A quentinha com o que sobrou das refeições teria sido encontrada na cela em que está Cacciola. Segundo a assessoria de imprensa da Seap, não há irregularidade se o ex-banqueiro tiver recebido as refeições nos dias de visita (segundas e sextas-feiras), quando a família pode levar alimentos. Do contrário, teria havido facilitação de agentes.

Essa não é a primeira informação de regalias dentro de Bangu 8, destinado a autoridades, policiais e detentos com nível superior e onde também estão presos os ex-chefes de Polícia Álvaro Lins e Ricardo Hallack, o deputado estadual Natalino Guimarães e seu irmão, o vereador Jerônimo Guimarães, o Jerominho. Na semana passada, os agentes encontraram R$ 10 mil numa das celas - cada preso pode receber das famílias R$ 100 semanalmente para pequenas despesas emergenciais, como compra de medicamentos. A secretaria não informou a quem pertence o dinheiro.

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