• Carregando...
Os abrigos em Chauchilla são frágeis coberturas de palha | Ike Weber/ Gazeta do Povo
Os abrigos em Chauchilla são frágeis coberturas de palha| Foto: Ike Weber/ Gazeta do Povo

O cemitério de Chauchilla é uma construção da cultura Nazca que fica a 30 quilômetros da província de Nazca, no sul do Peru, e a 450 quilômetros da capital Lima. O conjunto forma uma verdadeira riqueza que teima em resistir à passagem do tempo e aos saqueadores e atrai turistas do mundo todo.

Saqueados constantemente desde o seu descobrimento, os túmulos ainda conservam atualmente peças e múmias da civilização pré-inca, mesmo sem qualquer proteção contra a ação do tempo.

Com o passar dos anos, o sol, o vento e as rajadas de areia vão destruindo o patrimônio cultural. Construções recentes, os únicos abrigos são frágeis coberturas de palha, que contêm a maior incidência de raios solares, mas são insuficientes para evitar a decomposição natural das peças. Por outro lado, o clima desértico da região, extremamente seco, contribui para retardar o desgaste de toda aquela história.

Ouro e prata

O cemitério Chauchilla foi frequentado por saqueadores principalmente na metade do século passado, quando retiraram ouro e prata e venderam peças históricas a colecionadores europeus e norte-americanos. Pelo menos a metade das 300 tumbas foi violada. Hoje há vigilância e um controle de visitantes para evitar novos roubos.

Havia um projeto para abrigar as relíquias em um museu. "O dinheiro foi desviado pela corrupção, há muita corrupção no Peru, e assim tudo aqui pode se perder", lamenta Raul, jovem guia que discorre sobre o local.

Aos olhos deste viajante, que percorre o continente na expedição De Mochila pelas Américas, os 12 túmulos com guerreiros e sacerdotes mumificados chegam a ser mais interessantes do que as famosas linhas de Nazca, que atraem à cidade visitantes do mundo inteiro.

A civilização Nazca, que imperou no sul do Peru do ano 300 a.C a 800 d.C., foi pioneira em técnicas de mumificação na região. As múmias eram colocadas em posição fetal e a crença na vida após a morte, comum às civilizações antigas, fazia com que fossem enterradas com tesouros, utensílios e comida.

Os enterros eram acompanhados de cerimônias de ritos xamânicos e os corpos abrigados em posição fetal. Os sacerdotes, dotados de poderes, capacidades e condições especiais, cultivavam longas cabeleiras, de até dois metros de comprimento, preservadas junto com os corpos mumificados.

*O jornalista Ike Weber realiza a expedição De Mochila pelas Américas, que vai percorrer pelo menos dez países por sete meses. Acompanhe a viagem pelo blog Ilike

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]