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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) garante que a cirurgia de implante de silicone oferece poucos riscos, que vão desde possíveis rejeições à anestesia até problemas no pós-operatório. "A cirurgia de prótese mamária é consagrada", diz o cirurgião plástico e diretor da regional Paraná da SBCP, Arnaldo Miró. A discussão sobre a segurança deste tipo de cirurgia ganhou corpo após a morte da secretária Daniele Gonçalves de Freitas, 25 anos, na sala de cirurgia do Hospital Santa Madalena Sofia, em Curitiba.

Daniele morreu, segundo nota enviada pelo médico que a operou, o clínico e cirurgião geral Marcos Ceschin, devido a uma hipotermia maligna, caracterizada pelo aumento da temperatura provocada por uma reação à anestesia. De acordo com o presidente da Sociedade Paranaense de Anestesiologia (SPA), Pedro Paulo Tanaka, hipotermia maligna ocorre uma vez a cada 250 mil casos no mundo. "Casos fulminantes (como ocorreu com a secretária) são ainda mais raros", diz.

Uma pesquisa da SBCP, de 2004, demonstra que as cirurgias de mama (aumento ou redução) estão em segundo lugar e correspondem a 38% das 621.324 plásticas realizadas no país, em 2003. Os dados são os mais atualizados disponíveis pela entidade.

Já o presidente da regional Paraná do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), Jurandir Marcondes Ribas Filho, defende que determinados procedimentos sejam executados por um especialista da área. "Embora a formação do cirurgião geral proporcione uma certa ‘invasão’, numa intervenção como esta (implante de silicone) o ideal é que o profissional seja mesmo um cirurgião plástico", destaca. Ceschin não integra o CBC, apesar de possuir registro no Conselho Regional de Medicina do Paraná e não haver impedimento legal para realizar este tipo de procedimento.

Segundo o presidente da SPA, o que chama a atenção no caso de Daniele é se a operação envolveu ou não a participação de um anestesiologista. Tanaka explica que existe um medicamento específico contra hipotermia maligna chamado Dantrolene, que poderia ter sido usado. Há um comvênio com a Secretaria de Saúde de Curitiba, que disponibiliza o remédio, mas ele não foi solicitado pela equipe que operou a secretária.

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