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Brasília – Depois de duas horas de depoimento, o deputado cassado e presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), deixou a sede da Polícia Federal, ontem, indiciado pelo crime de formação de quadrilha no inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção nos Correios que deu origem ao escândalo do mensalão.

Segundo a PF, há provas de que Jefferson indicou pessoas não para trabalhar nos Correios, mas sim, para arrecadar recursos ilegalmente para o partido.

A investigação é concluída um ano e dez meses depois de iniciada. A PF informou ainda que o inquérito será enviado nos próximos dias à Justiça.

Em 2005, um funcionário da direção da estatal, Maurício Marinho, foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro de empresário interessado em participar de licitação. Na fita, ele declara ter o respaldo de Jefferson.

Segundo a PF, o inquérito sustenta a acusação em três provas. A primeira é o próprio depoimento de Jefferson na CPI do Mensalão, em que ele admite que o esquema de arrecadação é utilizado no governo federal.

A segunda prova é o depoimento de Marinho. O ex-diretor afirmou em depoimento à PF que os recursos teriam como destino o PTB. A terceira e nova prova obtida são os depoimentos de três empresários que prestavam serviços para os Correios. Eles contaram que materiais de campanha do PTB teriam sido pagos com recursos obtidos pelo partido usando a estrutura da estatal.

Acusações

Ao deixar a PF, o ex-deputado voltou a fazer acusações contra seus desafetos. Ele acusou o PT de aparelhar a PF e disse que "há indícios fortíssimos" de que o PR (antigo PL) continua recebendo mensalão do governo. "Não posso dizer (que o mensalão continua). Estou fora, mas há indícios fortíssimos de que o partido do Valdemar (Costa Neto) continua fazendo tudo isso outra vez", disse.

Novamente, Roberto Jefferson evitou ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas aproveitou uma afirmação recente do presidente, segundo a qual os ministros são heróis por ganharem apenas R$ 8 mil, como munição para novos ataques. Segundo ele, os ministros aceitam trabalhar no governo federal para arrecadar recursos para seus partidos.

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