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Paris - Em reunião com o diretor-geral executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, ontem, em Paris, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi informado que os trabalhos de busca às caixas-pretas do Airbus A-340 seguirão sendo feitos por robôs-submarinos franceses. "A zona é brutalmente escarpada, onde se dá o corte da região Mesoatlântica. Eles dizem que estão tendo dificuldades", relatou Jobim. "É importante encontrar as caixas-pretas, que são elementos essenciais para descobrir as causas do acidente".

Sobre a demora do governo brasileiro para enviar os exames de necropsia à Justiça francesa e ao Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA) da França, o ministro afirmou não ter qualquer ingerência sobre o assunto, passando o problema para outras esferas do governo: "Esse é um assunto do Ministério da Justiça. É matéria da Polícia Civil (de Pernambuco) e da Polícia Federal".

Monitoramento

Em dois anos, o governo brasileiro espera estar monitorando o trânsito de aviões comerciais entre a América do Sul e a Europa, sobre o Oceano Atlântico – a mesma região em que ocorreu o desastre do voo 447 da Air France, há 45 dias. A revelação foi feita ontem pelo ministro Nelson Jobim, que visitará na quinta-feira as instalações de uma fabricante de satélites e veículos lançadores em Toulouse, no sul da França.

O novo sistema de radares, com transmissão de dados via satélite, completaria o monitoramento do espaço aéreo comercial da rota sobre o Atlântico, que hoje – como nos anos 40 – é feito de forma precária, apenas por rádio. "A FAB (Força Aérea Brasileira) está trabalhando para que essa região fique sob controle de radar", confirmou Jobim, lembrando que se trata de um consórcio internacional. Em lugar do vazio, o corredor de aviação civil entre Natal e Salvador, no Brasil, e a Europa será feito por meio do sistema CNS/ATN (Comunicação, Navegação e Vigilância/ Gestão do Tráfego Aéreo), já implantado no Hemisfério Norte, em rotas entre os EUA e a Europa.

Para tanto, o Ministério da Defesa visitará as instalações da Astrium, a fábrica de satélites e de foguetes lançadores do holding EADS – também proprietária da Airbus e da Eurocopter. O interesse brasileiro é contar com satélites de visibilidade simples, mas também geoestacionários e de controle de espaço aéreo.

Outro plano, delimitado pela Estratégia Nacional de Defesa, é não depender apenas do GPS, cujos dados são fornecidos pelo governo dos Estados Unidos. "Poderíamos alugar um espaço em um satélite, mas qualquer mudança na sua atitude cegaria o país", justifica Jobim. Em lugar de um único sistema, seria usado um pool formado pelo GPS, pelo europeu Galileu e pelo russo Glonass.

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