Um dia após participar da reunião da bancada estadual do PMDB, que sinalizou pelo apoio à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara dos Deputados, o deputado federal do Paraná, Rodrigo Rocha Loures, acredita que a decisão da executiva nacional não é definitiva.
Uma possível escolha por uma das candidaturas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria uma das situações que poderia reverter a decisão do partido. "Até agora não sabemos o nome preferido pelo presidente. Caso o escolhido seja o Aldo (Rebelo) não tenho dúvidas que todos os partidos reveriam seus apoios", disse. "Inclusive o PMDB", completa.
Enquanto Lula não se pronuncia oficialmente sobre o assunto, Rocha Loures acredita que a posição adotada pelo Paraná também tem força para reverter o quadro. "A bancada do Paraná é muito forte e experiente. A nossa posição pode influenciar até o partido em Santa Catarina e Rio Grande do Sul", comenta.
A bancada estadual do Paraná se reúne na tarde desta quarta-feira na sede do diretório em Curitiba, porém, o assunto (apoio à candidatura) deve ser apenas comentado pelos parlamentares que estiveram na reunião - além de Rocha Loures, compareceram Max Rosenmann, Osmar Serraglio e Moacir Micheleto. "A decisão deve sair mesmo da reunião com os oito deputados federais e depois que ouvirmos o governador Roberto Requião", adiantou. "É necessário estarmos em sintonia com o governador", emendou. Rocha Loures diz respeitar o apoio do PMDB à candidatura de Chinaglia, porém, revelou que seu voto foi para Aldo Rebelo (PCdoB). "Votei no Aldo pois acredito que é uma candidatura institucional e que não fere a coalisão", justificou. O deputado paranaense não descarta nem mesmo que sua opinião possa mudar. "Aldo e Chinaglia ficaram de enviar aos deputados uma carta detalhando suas propostas. Vou analisá-la e minha opinião pode mudar", disse.
Sobre a proposta de Chinaglia de aumentar os salários dos deputados da Casa, Rocha Loures acredita que isso não deve ter influenciado os parlamentares do partido. "A proposta tem que focar na recuperação da imagem do congresso frente à opinião pública", comentou.
Afastada, momentaneamente, as chances do PMDB presidir a Casa, a idéia do partido agora seria a de ocupar os principais cargos da Mesa diretora. Rocha Loures adiantou que nenhum dos dois candidatos conversou com o PMDB sobre os cargos. "Não houve nenhuma espécie de contato e convites, porém, pela proporcionalidade o PMDB deve ocupar a 1º secretaria, que é uma espécie de Casa Civil no legislativo", concluiu. O deputado Osmar Serraglio já adiantou que estaria disposto a ocupar o cargo.
A reportagem não conseguiu contato com o presidente do PMDB do Paraná, deputado Renato Adur.
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