Com a entrega prevista para este mês da parte final do Trecho Leste do Rodoanel, motoristas que trafegam pela Via Dutra, no sentido Rio, e quiserem entrar no viário estadual terão de pagar um pedágio de R$ 2,70 para a CCR Nova Dutra. A conclusão da obra foi anunciada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e está atrasada há quase um ano.
Será o segundo pedágio para entrar no Rodoanel - um já funciona na praça da Rodovia dos Imigrantes, no acesso ao Trecho Sul. Na Dutra, o objetivo é fazer com que os motoristas, no sentido Rio, que vão entrar no Rodoanel pelo Trecho Leste, não fiquem sem pagar a cobrança na praça da CCR localizada 500 metros antes da alça, em Arujá, na Grande São Paulo.
Por isso, em vez de a praça ser instalada na Dutra, a cobrança será feita na pista de acesso para o Trecho Leste do Rodoanel. Não há como escapar. A construção é de responsabilidade da SPMar, que opera os Trechos Leste e Sul do Rodoanel, e já estava prevista nos contratos de construção e concessão.
Para Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), a “política de arrecadação” vai prejudicar trabalhadores da Grande São Paulo. “Vai ser uma sangria para quem não tem transporte público por perto e precisa ter um carro para trabalhar. Se o motorista sai de Guarulhos pela Dutra e vai para o Rodoanel para cortar caminho, terá de pagar para entrar e sair do viário”, afirmou.
A CCR, no entanto, trata a cobrança para o Rodoanel como um “posto avançado” do pedágio instalado antes da alça. A argumentação é a mesma da Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). “Não há cobrança de pedágio. Nada mais é do que uma extensão da praça já existente no km 204.”
Em maio, no anúncio do viário que vai interligar o Trecho Leste com a Estrada dos Fernandes, possibilitando o acesso às cidades do Alto Tietê, o secretário estadual de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, disse que, quando os 177 km de Rodoanel estiverem prontos, o governo pode repensar o conceito de que a via é feita somente para caminhões.
Alguns trechos do viário, como o Oeste, têm congestionamentos por causa da procura de motoristas de carro de passeio. “A visão é de uma rodovia de classe zero, fechada, para retirar veículos (caminhões do centro). Mas adequações precisam ser feitas e a própria Estrada dos Fernandes é uma dessas.”
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