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Obras de revitalização da Rodoferroviária depende de liberação de cessão de uso do terreno por mais 20 anos. Para fazer acordo, União quer que município faça um projeto que englobe toda a área, inclusive o setor ferroviário | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Obras de revitalização da Rodoferroviária depende de liberação de cessão de uso do terreno por mais 20 anos. Para fazer acordo, União quer que município faça um projeto que englobe toda a área, inclusive o setor ferroviário| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Estação na Linha Verde é opção

O Plano Diretor de Curitiba, de 2004, prevê a construção de uma nova rodoviária na região sul de Curitiba, onde estão os bairros mais populosos e as cidades da região metropolitana com maior índice de crescimento.

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A Rodoferroviária de Curitiba passa por um momento crítico em sua história. Depois de quatro décadas de funcionamento, a estação ficou pequena para a cidade, não tem mais espaço para receber todos os passageiros em dias de pico e fica em um terreno que não está ainda em posse definitiva de prefeitura. Qua­tro anos antes da Copa do Mun­do, o município pensa em um pacote de mudanças que possam resolver esses problemas, mas tudo indica que as reformas se­­rão longas e caras.

Um exemplo dos problemas a ser enfrentados aconteceu no mês passado. Na volta do feriado de Páscoa, uma avalanche de ônibus oriundos de Santa Catari­na, que esperou por ho­­ras em um bloqueio na BR-101, obrigou os usuários da Ro­­do­­ferroviária a desembarcar fora das plataformas destinadas aos veículos. Minutos mais tarde, os passageiros, aliviados por chegar à cidade, foram obrigados a aguardar táxis por cerca de uma hora em razão da falta de carros. E situações assim não são incomuns nos feriados prolongados.

Em um dia padrão, 20 mil passageiros embarcam em cerca de 800 ônibus no espaço. No feriado, contudo, o movimento mais do que dobra: são 41,5 mil passageiros, o que requer carga adicional de veículos. "Como houve a interdição na BR-101, os horários dos ônibus se perderam e a nossa programação não su­­portou. Por isso optamos por desembarcar os usuários fora das plataformas", explica Ru­­bico Camargo, diretor de Plane­jamento e Desenvolvimento da Urbs, empresa que administra o espaço. "Apesar de ter 40 anos, a Rodoferroviária ainda comporta o movimento de Curitiba, mesmo nos feriados", defende.

Mesmo com a avaliação positiva, a Urbs admite a necessidade de modernização do espaço, o que não ocorreu em função dos imbróglios envolvendo o atual terreno. A área é de propriedade da Secretaria de Patrimônio da União, órgão vinculado ao Mi­­nistério do Planejamento, que havia cedido o espaço por 40 anos. O prazo venceu em março de 2009, mas um acordo autorizou o uso por mais dois anos, até 18 de março de 2011. Agora, a Urbs planeja solicitar nova cessão por mais 20 anos. "Se o novo período for autorizado, será possível fazer a modernização da Rodoferroviária", explica Ca­­margo.

O superintendente substituto da Secretaria de Patrimônio da União do Paraná, Luciano Sabatke, esclarece que a nova liberação de uso depende do o município apresentar um projeto para uso da totalidade do terreno, incluindo o setor ferroviário. "Por enquanto, a cessão vai até o dia 18 de março de 2011. Agora, vamos iniciar as negociações para a próxima autorização", afirma.

Entorno

Um ônibus expresso entre o Aeroporto Afonso Pena e a Ro­­doferroviária é uma das apostas no campo da mobilidade para a Copa do Mundo de 2014. Ao custo estimado de R$ 107,2 milhões, essa é uma das melhorias em infraestrutura de Curitiba e região listadas em um termo de compromisso assinado, em janeiro, pelo ministro dos Es­­portes, Orlando Silva, pelo ex-prefeito Beto Richa (PSDB), pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB) e pelo presidente do Clube Atlético Paranaense, Mar­­cos Malucelli.

"O componente que vai definir o tamanho do investimento na Rodoviária será a questão viária do entorno", explica Ca­­margo. Hoje, o acesso dos ônibus e do público ocorre pela Avenida Afonso Camargo, gerando congestionamentos que dificultam a chegada de veículos e de usuários. Por esse motivo, a intenção é mudar a forma de entrada dos ônibus. O Instituto de Pesquisa e Plane­jamento Urbano de Curi­tiba (Ippuc) ainda não tem um projeto definitivo, mas afirma que "a requalificação da Ro­­dofer­roviária e seus acessos é uma das obras previstas no PAC (Pro­gra­ma de Aceleração do Cres­­ci­mento) da Copa", em e-mail en­­viado à redação.

Em março do ano passado, em entrevista para a Gazeta do Povo, o arquiteto do Ippuc Luiz Hayakawa afirmou que o projeto poderia contemplar conexão direta da Avenida das Torres com a Rodoferroviária. Tam­bém são cogitadas uma ampliação do espaço para o setor onde estão os trilhos e a construção de um novo acesso para os ônibus, mas dependem, além da cessão do terreno, da definição do contorno ferroviário. "Os trens ainda passam por aqui por falta do contorno, o que inviabiliza essa mudança por enquanto", afirma Camargo. Caso saia do papel, a nova es­­trutura teria passageiros en­­trando pela Afonso Camargo e ônibus pela Mauricio Fruet.

O coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, Orlando Pinto Ribeiro, alerta sobre os riscos da ampliação. "O posicionamento da rodoviária é estratégico, mas aumentaria muito o tráfego em uma região já complicada. Alguns itinerários precisariam sair para outro local", afirma.

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