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Jovem Marlos entrou no segundo tempo e mudou o panorama da partida. "Pratas da casa" fizeram a diferença novamente | Marcelo Elias - Gazeta do Povo
Jovem Marlos entrou no segundo tempo e mudou o panorama da partida. "Pratas da casa" fizeram a diferença novamente| Foto: Marcelo Elias - Gazeta do Povo

Os números finais das polícias rodoviárias Estadual e Federal revelam que este foi o carnaval mais violento dos últimos anos nas estradas do Paraná. O total de feridos caiu 4,6% em relação ao feriadão do ano passado, mas os acidentes subiram 16,6% e as mortes tiveram alta de 70,5%. A violência aumentou, mas não por falta de alerta ou repreensão. Só a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) fez 3.294 autuações entre a meia-noite de sexta-feira e o início da tarde de ontem – uma alta de 83% se comparada às 1.799 multas deste período em 2006.

Em média, dois terços das ocorrências foram registrados nos 15 mil quilômetros das rodovias sob jurisdição da PRE: 306 acidentes, 23 mortes, 253 feridos e 3.294 multas, contra 260 acidentes, 14 mortes, 260 feridos e 1.799 multas no ano passado. Já nos 2 mil quilômetros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ocorreram 135 acidentes com 92 feridos e 6 mortos, contra 118 acidentes, 101 feridos e 3 mortos do feriadão anterior. Os dados da PRF ainda podem sofrer variações, uma vez que só foram incluídas ocorrências até a meia-noite de terça-feira.

Causas

Chefe de Operações da PRE, o tenente Sheldon Vortolin aponta três causas para o aumento da violência nas rodovias. A primeira estaria relacionada a um maior número de pessoas nas estradas. Essa alta teria duas explicações: o medo de um novo apagão nos aeroportos, que levou muita gente a trocar o avião pelo carro; e o fato de o Paraná ser rota de acesso para as praias de Santa Catarina, servindo de passagem para turistas de outros estados e de países vizinhos.

A segunda causa seria o aumento da frota, que cresce a uma taxa de 7% ao ano – o Paraná tem hoje 3,7 milhões de automóveis. Com mais carros nas estradas, aumentam as probabilidades de acidente. Outra causa é de ordem humana. A maioria dos acidentes com mortes aconteceu na região em que o veículo foi emplacado, ou seja, o motorista estava habituado a circular por ali. Vortolin conclui que isso o leva a uma pseudoconfiança e o induz a um relaxamento. "A pessoa não presta tanta atenção como deveria", diz.

Ao todo, 7% das colisões causaram mortes. Mas, segundo o tenente, é mais importante analisar o total de acidentes do que o de mortes, já que uma única colisão pode deixar vários mortos. E esse comportamento quase sempre está ligado ao tempo. "Hoje, todo mundo sai atrasado e quer chegar antes", diz Vortolin.

Diante de tanta pressa, não há campanha de conscientização que dê jeito. As ações educativas partem das polícias, do Detran, das escolas, de organizações não-governamentais, mas ainda assim a violência nas estradas cresce a cada ano. Entre vários eventos, o Detran fez, só no ano passado, 848 ações que atingiram 604 mil pessoas, além de 665 cursos de reciclagem para 16.280 pessoas. O departamento decidiu agora investir desde cedo no motorista do futuro, com ações educativas para 37 mil crianças nas escolas do Paraná.

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