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Linha Verde, a antiga BR-476, em início de trecho urbano: comportamento de risco do motorista em rodovia continua na avenida que corta a cidade | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Linha Verde, a antiga BR-476, em início de trecho urbano: comportamento de risco do motorista em rodovia continua na avenida que corta a cidade| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Mitos

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os próprios motoristas contribuem para a ocorrência de acidentes.

Condições da pista

Menos de 4,1% dos acidentes com óbitos são favorecidos pelos defeitos no asfalto, no veículo ou pela presença de animais na pista.

Confiança em excesso

75,2% dos acidentes com maior gravidade ocorrem nas retas, onde o motorista sente "confiança" para cometer abusos ao volante.

Experiência

Apenas 19,2% dos condutores envolvidos em acidentes graves não eram habilitados ou tinham habilitação há menos de cinco anos. Portanto, o motorista envolvido em acidente de trânsito não é o inexperiente.

Cansaço

61,5% dos condutores afirmavam estar dirigindo há menos de uma hora quando se acidentaram. Um terço (34,6%) dirigia há menos de 15 minutos.

Fonte: PRF/PR

  • Veja quais são os pontos mais críticos

Foz do Iguaçu - Duas rodovias que cortam o Pa­­raná, a BR-476 e a BR-376, aparecem no ranking das dez mais perigosas do Brasil. O mapeamento, feito em 63 mil quilômetros de rodovias federais brasileiras, revela que a Linha Verde de Curitiba, a antiga BR-476, é o 6.º trecho mais crítico do país, seguido pela BR-376, em Tijucas do Sul e Gua­ratuba, na ligação do estado com Santa Catarina.

O levantamento, realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), indica ainda que entre os 15 pontos mais críticos do Brasil, 14 situam-se em perímetros urbanos. A exceção é a BR-376, principal ligação entre o Paraná e Santa Catarina, um trecho marcado por curvas e trânsito pesado de caminhões.

No Paraná, as BRs 476 e 376 contribuem para colocar a malha rodoviária do Sul em uma situação delicada. A região tem o maior número de pontos perigosos no mapa nacional, em um total de seis trechos. A metade deles está em Santa Catarina, nas BRs 101 e 282. O Rio Grande do Sul aparece no levantamento com um trecho crítico, na BR-116.

O chefe da Delegacia Metro­politana da PRF, inspetor An­­tônio Paim, reforça que os trechos de rodovia que aparecem no mapa tendem a registrar um maior número de acidentes por serem urbanos e estarem em metrópoles, inclusive o campeão do ranking, a BR-316, no Pará. Segundo ele, outro fator que contribui para o elevado número de acidentes é o aumento da frota de veículos em todo Brasil, registrada a cada ano, incluindo as motocicletas que têm presença marcante no perímetro urbano das vias.

Fora do trecho urbano, os acidentes na BR-376 são justificados pela imprudência dos motoristas. A rodovia corta a Serra do Mar e o traçado sinuoso exige ainda mais atenção por causa das chuvas constantes e a neblina. Mesmo sabendo dessas condições, os motoristas não tomam os devidos cuidados, segundo a polícia. Os caminhoneiros são os motoristas mais perigosos. No ano passado, todos os 17 acidentes com óbitos registrados no trecho envolveram veículos de carga. "Dificilmente ocorrem acidentes com óbito na BR-376 que não tenha caminhão envolvido", diz o inspetor Paim. O limite da velocidade de 60 quilômetros por hora em alguns trechos da via nem sempre é respeitado. Pela BR-376 circulam cerca de 23 mil veículos ao dia, nos dois sentidos. O registro tem como referência a praça de pedágio, localizada no quilômetro 637 da BR, em São José dos Pinhais.

Na BR-476, o problema, além da quantidade expressiva de veículos, é a integração com o trânsito da capital, o que resulta em um cenário favorável a acidentes. Segundo Paim, o trânsito de Curitiba envolve cada vez mais a via, transformada em avenida pela atual administração da capital, mas os motoristas não mudam o comportamento. "O motorista transita na pista da mesma forma que circula em uma rua de Curitiba, por isso é preciso uma atitude mais preventiva e defensiva", diz o inspetor. A falta de atenção dos motoristas e o excesso de velocidade contribuem para as situações de risco. Entre os exemplos rotineiros estão dois atropelamentos com mortes registrados na Linha Verde no ano passado. Um deles ocorreu em um trecho onde há dificuldades para a travessia de pedestres e outro, em um cruzamento, o que poderia ser evitado com mais atenção e direção defensiva.

Outra preocupação no local é com relação às motocicletas. Dos 31 veículos que se envolveram em acidentes com morte no ano passado, nove foram com motoqueiros, ou seja, 29%. A polícia diz que está intensificando a fiscalização na Linha Verde, onde não há radares fixos, apenas móveis na via cujo limite é velocidade é de 70 quilômetros por hora. Segundo a corporação, os radares fixos serão providenciados. No trecho ainda é comum a ocorrência de colisões traseiras, saídas de pista e atropelamentos. A fiscalização da Linha Verde é de competência da PRF.

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