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Aproximadamente 1.500 pessoas bloqueiam duas rodovias em Quedas do Iguaçu, Centro-Sul do Paraná, em protesto contra as ocupações de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles cobram o cumprimento de mandados de reintegração de posse expedidos pela Justiça, mas que até agora não foram cumpridos. Os manifestantes são funcionários da empresa Araupel, dona das áreas invadidas, além de familiares e prestadores de serviços terceirizados.

As manifestações começaram na manhã desta segunda-feira (26) com um ato público na praça central de Quedas do Iguaçu e posteriormente a PR-473 foi fechada em dois pontos. Na manhã desta terça-feira (27), a PR-484, que liga Quedas do Iguaçu a Cascavel, também foi bloqueada. Os manifestantes afirmam que ficarão no local até às 18 horas quando realizam uma assembleia para avaliar o movimento e não descartam manter os protestos na quarta-feira (28).

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Os cerca de 1.200 empregados da Araupel temem que haja demissões em função do avanço das ocupações de sem-terra que estão promovendo pequenas invasões nas áreas da empresa. Na semana passada, cerca de 150 caminhoneiros que prestam serviço à Araupel realizaram uma manifestação. Eles também participam dos novos protestos desta semana.

A fábrica de beneficiamento de madeira da Araupel está fechada porque, segundo os funcionários, não há madeira para trabalhar, pois as máquinas estão retidas em meio a plantação de pinus e os trabalhadores não conseguem chegar à área de reflorestamento para fazer o corte das árvores. Eles alegam que integrantes do MST não permitem o acesso.

Lair José Simioni, presidente da Cooperativa de Transportes de Cargas de Quedas do Iguaçu (Cootranspel), afirmou que os sem-terra estão condenando Quedas do Iguaçu a desaparecer do mapa. Segundo ele, mais de 10% dos imóveis da cidade estão com placas de “vende-se” porque a população está se retirando da cidade. “Ninguém mais vai querer morar na cidade, ninguém vai querer investir aqui”, afirma.

MST cita acordo, mas Araupel nega

A coordenação regional do MST divulgou nota na qual afirma que o acampamento Herdeiros da Terra, que fica em Rio Bonito do Iguaçu, havia firmado acordo registrado em ata após reunião com representantes do Ministério Público, Incra, Secretaria da Segurança e da própria Araupel se comprometendo em não colocar qualquer obstáculo para a retirada da madeira por parte da empresa. “Ao contrário, é estimulado a empresa a retirar o mais breve possível a madeira”, diz a nota.

O MST afirma ainda que ficou acertado que a Araupel deveria retirar as máquinas que estão, segundo os sem-terra, abandonadas na Fazenda Pinhal Ralo. “Esse pedido de retirada das máquinas foi feito com urgência devido a preocupação com possíveis sabotagens, avarias ou furto de máquinas que pudessem recair na responsabilidade dos acampados”, afirma a nota. Como a empresa ainda não retirou as máquinas, o movimento diz não ter responsabilidade sobre o patrimônio deixado no local.

Procurada pela reportagem, a Araupel nega o acerto citado pelos sem-terra. A empresa diz que o MST descumpriu tentativas de acordo e que a única coisa assinada foi a lista de presença na reunião.

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