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O médico Roger Abdelmassih, que foi acusado de 56 estupros, chegou à Penitenciária II de Tremembé, a 147 km de São Paulo, por volta das 12h desta terça-feira (25). Ele foi transferido em um carro da Polícia Civil, escoltado por outras dois carros policiais. A transferência foi feita após o médico passar nove dias preso no 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, Zona Norte de São Paulo.

Assim que chegou ao local, Adbelmassih passou por um exame de corpo de delito e foi encaminhado para uma área nos fundos do presídio, em regime de observação. Ele deve ficar isolado dos outros presos por 10 dias.

Durantes este período, o médico fará todas as refeições na cela. O pavilhão, onde ele está tem seis celas individuais, com apenas uma cama de alvenaria, um colchão e um buraco para ser usado como banheiro.

O presídio é o mesmo onde estão Alexandre Nardoni (pai da menina Isabella), os irmãos Cravinhos (condenados pelo assassinato dos pais de Suzane Richthofen), e Mateus da Costa Meira (que atirou e matou em cinema do Shopping Morumbi).

Na segunda-feira (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o habeas corpus pedido pela defesa do médico. A decisão da ministra Ellen Gracie, relatora do caso, mantém o médico preso. Ela indeferiu o pedido, argumentando que, caso o Supremo decidisse o caso, haveria a chamada supressão de instância – quando tribunais superiores decidem sobre temas que ainda não foram julgados de forma definitiva nas instâncias inferiores.

O advogado José Luís de Oliveira Lima, que representa o médico, havia entrado no STF com o recurso em que pedia liberdade a Abdelmassih no sábado (22), após a Justiça paulista e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) terem negado habeas corpus ao médico.

65 vítimas

De acordo com a delegada titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, Celi Paulino Carlota, 65 mulheres já procuraram a Polícia Civil afirmando terem sido vítimas de Roger Abdelmassih. Segundo a delegada, após a prisão de Abdelmassih, mais quatro mulheres procuraram a polícia afirmando terem sido vítimas do médico. O advogado José Luís de Oliveira Lima nega todas as acusações contra o médico.

Depois de o juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, ter decretado a prisão preventiva de Abdelmassih, o relator do habeas corpus no Tribunal de Justiça do estado indeferiu o pedido de liminar. Na tentativa de livrar o médico da cadeia, sua defesa recorreu ao STJ. O ministro Felix Fisher, relator do caso, no entanto, negou o pedido na sexta-feira (21) à noite.

Registro suspenso

Roger Abdelmassih teve o registro da profissão suspenso por tempo indeterminado. A medida foi tomada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), após reunião com os integrantes do órgão na terça-feira (18).

A Clínica e Centro de Pesquisa Abdelmassih, por meio de nota, afirmou que mantém padrões éticos e legais nos procedimentos médicos realizados em suas pacientes. O centro médico é gerenciado por Abdelmassih.

O médico também é investigado por suposta manipulação genética. Ele foi indiciado em junho pela Polícia Civil, sob suspeita de estupro e atentado violento ao pudor. O Cremesp abriu 51 processos ético-profissionais contra o profissional.

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