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A corrente imigratória do Haiti começou em 2010, após terremoto que devastou o país | Marcello Casal Jr./ ABr
A corrente imigratória do Haiti começou em 2010, após terremoto que devastou o país| Foto: Marcello Casal Jr./ ABr

1,7 mil haitianos

entraram ilegalmente no país, via Brasileia, nesses três primeiros meses de 2013, segundo o senador Jorge Viana. O governo brasileiro havia estabelecido, em janeiro de 2012, uma cota para a entrada de 1,2 mil haitianos por ano – cem por mês. Além de imigrantes do Haiti, há pessoas do Senegal, de Bangladesh e da República Dominicana.

A rota de imigração ilegal para o Brasil com entrada pelo Acre se ampliou nos últimos dias. Agora, além de haitianos, têm ingressado pela cidade de Brasileia (AC), na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru, imigrantes do Senegal, de Bangladesh e da República Dominicana, por exemplo.

Das 1,1 mil pessoas que aguardam num abrigo em Brasileia, 67 vieram desses três países. De acordo com o senador Jorge Viana (PT-AC), o número de estrangeiros ilegais acampados em um clube da cidade corresponde a cerca de 10% da população do município acriano. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, cobrou providências do governo federal e lembrou que o abrigo tem capacidade para apenas 250 pessoas.

Nesta semana, Mourão vai se reunir com o governador do estado, Tião Viana, para tratar do assunto. Na semana passada, Viana determinou a ele e outros dois secretários que realizassem um levantamento minucioso da entrada ilegal de estrangeiros no estado.

Em conversa com um senegalês que está no abrigo de Brasileia, Mourão disse que ele soube "por um amigo" que o Brasil estaria com suas fronteiras abertas. O africano, que deseja entrar no país com visto de refugiado, viajou para a Espanha e de lá seguiu para o Equador, de onde fez uma trilha junto com haitianos até Brasileia. "Estamos enxugando gelo, não vamos [o governo do estado] suportar isso", relatou o secretário.

Na semana passada, a Polícia Federal prendeu um haitiano suspeito de tentar traficar um menor de 14 anos para a Guiana Francesa, onde os imigrantes ganham em euros. "O problema é que essa rota migratória se ampliou", relatou o secretário de Justiça e Direitos Humanos.

Outras portas

O Acre, apesar de ser uma porta de entrada mais fácil para o país, não é a única. A representante da Pastoral da Mobilidade Humana de Tabatinga (AM), irmã Patrícia Licandro, informou que de janeiro até abril pelo menos 600 haitianos ilegais atravessaram a fronteira pela Colômbia.

No Amazonas, ela destacou que a Polícia Federal tem realizado um trabalho rápido na concessão da licença provisória no país. Ela confirmou a existência, mesmo que em minoria, de grupos de imigrantes haitianos que apenas querem passar pelo Brasil com destino final para a Guiana Francesa.

Os haitianos que entram por Tabatinga "quase que diariamente", em sua maioria imigram mediante pagamentos a ‘coiotes’, disse a irmã. Segundo ela, sete crianças haitianas estão em Manaus (AM) sob a guarda da Justiça Federal. A suspeita é que "tenham sido abandonadas" por outros imigrantes.

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