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Depois de ter a casa arrombada 17 vezes em pouco mais de cinco anos, o pecuarista Teófilo Daciuk, de 61 anos, morador há 30 anos em um sítio a 500 metros da rodoviária de Campo Mourão, na Região Centro-Oeste do estado, decidiu identificar todos os seus eletrodomésticos. Com um prego, ele escreveu várias vezes, em letras grandes, o nome e o número do telefone celular na televisão de 29 polegadas, no videocassete, no aparelho de DVD e nas caixas som do aparelho de CD. Nem mesmo um ventilador antigo e o telefone sem fio foram poupados da marca de Teófilo. "Acabo estragando tudo pensando em um dia recuperá-los", justifica.

Ele lembra que recentemente, por causa das inscrições nos aparelhos, conseguiu reaver um aparelho de som e uma televisão. "O ladrão ao sair daqui encontrou uma viatura, acabou sendo preso, e o policial ligou no celular a partir do número escrito com o prego, mas foi a única vez", conta Teófilo, que teve os mesmos aparelhos furtados 15 dias depois.

Além de danificar todos os eletrodomésticos com um prego, Teófilo empreende uma verdadeira missão todas as vezes que entra ou sai de casa. Das sete portas da residência, a do banheiro é a única que não tem cadeados e barras de ferro. Nas oito janelas, além de cadeados, Teófilo colocou parafusos para dificultar os constantes arrombamentos. "Os parafusos são os únicos que têm resistido à ação dos ladrões", diz Teófilo.

Segundo ele, não há mais o que fazer para evitar tantos arrombamentos. "Onde ainda há espaço, estou reforçando com barras de ferro, cadeados e parafusos". As paredes externas da residência foram rodeadas com barras de ferro. "Ainda não levaram a casa porque não tiveram oportunidade", desabafa.

Mas nem com todo o reforço na segurança da residência o pecuarista ficou mais tranqüilo. "Como não conseguem entrar, eles estão colocando fogo nas tábuas", conta Teófilo. Ele lembra ainda que na última vez em que a casa foi arrombada, os ladrões entraram pelo telhado. "Quando não colocam fogo, eles entram pelo telhado. Daqui alguns dias vou ser obrigado a colocar cadeados nas telhas", ironiza.

Com um prejuízo que pode ultrapassar os R$ 20 mil, o pecuarista diz colecionar boletins de ocorrências e frustrações. "Como não recupero mais nada, não vejo por que registrar queixa em delegacia", argumenta ele, que acredita não ser apenas um o autor dos arrombamentos.

Na delegacia da Polícia Civil apenas dois boletins de ocorrência por arrombamento foram encontrados. "O fato de não registrar a ocorrência dificulta a elucidação dos casos. Se não tem vítima, não há como procurar o infrator", adverte o superintendente da Polícia Civil, Job de Freitas.

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