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São Paulo – Foram as criadoras quem abriram ontem o terceiro dia de desfiles da 22.ª São Paulo Fashion Week. Ainda pela manhã, em uma sala no Shopping Iguatemi, Glória Coelho foi buscar inspiração no ator Roger Moore – aquele do filme 007 – e no filho Pedro Lourenço, também estilista, que participou até a última edição da semana de moda.

Ela aliou peças extremamente românticas a outras utilitárias, vestidos leves e alvos a casacos pretos de lã pesada, camisas com jabôs (aquelas golas cheias de babadinhos) a calças de alfaiataria. A silhueta segue a tendência do momento, afilada na parte de baixo e volumosa na de cima. Sua roupa veste uma mulher contemporânea e jovem, mas que não tem medo de se mostrar feminina. Nos pés, botas em diversas formas. O branco e o preto predominam com alguma inserção de verde e cinza. Entre as modelos, a atriz Aline Moraes relembrando os tempos de passarela.

Tricô clássico

Já no espaço do MAM, dentro do Parque Ibirapuera, Tereza Santos, que preferiu assinar a coleção com seu nome, deixando a Patachou na memória. A coleção é bem resolvida e agrada a gregas e troianas. O ponto de partida do trabalho é o tricô clássico, que Tereza renova com habilidade. Pouco resta da aparência dos tempos da vovó. Nessa reinvenção, o tricô aparece desde a segunda pele até em pesados casacos. Há muita sobreposição com o material em diversos pontos e texturas. Um dos candidatos a hit da marca são os pull dresses, vestidos de tricô que afunilam próximo ao joelho. Algumas peças têm palavras inseridas, o que as torna mais joviais. Assim como também há uma parte da coleção pensada para festa, feita de fios trançados de contas de vidro.

Prata da casa

A paranaense de Cornélio Procópio Érika Ikezili continua deixando claro que o japonismo é sua influência primordial. Sua coleção é poética, porém as peças foram pensadas com rigidez cartesiana. Isso aparece principalmente nas blusas com recortes a laser (furos no tecido), que demandam muita habilidade. A silhueta lembra os vestidos infantis, está longe do corpo, geralmente em formato trapézio e assimétrico. Érika também abusa das sobreposições de estampas, materiais, formas e até cores.

A coleção masculina de Alexandre Herchcovitch foi pensada sob a perspectiva de um inverno rigoroso, com neve, inclusive. Macacões – semelhantes aos usados por astronautas –, casacos pesados forrados de pêlos, jaquetas de lã matelassadas, malhas pesadas acabadas com ribanas. As estampas vão do xadrez ao quadriculado colorido. Terminando a noite, as coleções da Iódice e do mineiro Ronaldo Fraga, inspirado na China.

Hoje é a vez de Maria Bonita, Simone Santos, Lorenzo Merlino, Neon, Fabia Bercsek, Vide Bula e André Lima.

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