Curitiba recebe aproximadamente 2 milhões de turistas por ano. Destes, cerca de 100 mil são estrangeiros. Os brasileiros que visitam a capital do Paraná gastam em média US$ 60,80 (cerca de R$ 134) e os estrangeiros, US$ 97,90 (R$ 215) por dia, segundo o Instituto Municipal de Turismo. De olho nestes números, os comerciantes da Rua Teffé, tradicional pólo varejista de calçados no bairro Bom Retiro, planejam transformar o local em uma atração turística e conquistar clientes que hoje consomem apenas nos grandes shoppings da capital.

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Para concretizar esse projeto, eles firmaram um acordo com a prefeitura para que as ruas Teffé e Emílio de Menezes (veja mapa) recebam obras de paisagismo e segurança viária. Floreiras, reforço na iluminação, faixas para pedestres e até uma lombada eletrônica estão previstas na reforma. O custo será dividido entre os lojistas e a administração municipal.

"A Teffé é a única rua do Brasil especializada em calçados. É algo que precisa ser melhor explorado", diz a comerciante Michelle Cristine Kohler, diretora de marketing da Associação dos Lojistas da Rua Teffé. Ela cita como exemplo a Rua 25 de Março, que há muitos anos é sinônimo de roupa barata em São Paulo, e o centro gastronômico de Santa Felicidade, concentrado na Avenida Manoel Ribas. "Acho essa iniciativa fundamental. A cidade precisa de ruas temáticas", diz o comerciante Jaílson Borges, dono de duas lojas de calçados na Teffé. O projeto de remodelação está a cargo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e deve ficar pronto em duas semanas.

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Segundo a associação, 15 mil consumidores circulam por mês nas cerca de 30 lojas de calçados localizadas em três quadras da Teffé e duas da Emílio de Menezes. O primeiro comércio se instalou em 1984. No fim dos anos 80, a rua assumiu de vez a vocação para a venda de calçados e caiu no gosto do curitibano. Hoje o pólo oferece uma enorme variedade de modelos e preços de sapatos, tênis, sandálias e bolsas, para adultos e crianças.

Trânsito

A idéia de investir no potencial turístico da Teffé surgiu após o anúncio de que o anel viário de Curitiba passaria pela rua. Preocupados com o aumento da velocidade dos veículos que trafegam pela via e a segurança dos clientes, os comerciantes procuraram a prefeitura. "Não queríamos o anel, mas a prefeitura disse que não tinha como mudar o projeto e aí aproveitamos para pedir melhorias na rua", explica Michelle. Três reuniões no Ippuc depois e o pólo turístico da Teffé ganhou forma. "A rua já é uma área representativa do comércio na cidade, mas a intenção é fazer uma espécie de shopping a céu aberto", diz o engenheiro Cléver Ubiratan, do Ippuc, responsável pelo desenvolvimento do projeto.

Segundo ele, a intervenção visa basicamente oferecer mais segurança aos pedestres. "Vamos definir travessias específicas para os pedestres. Serão de três a quatro pontos. Onde não for possível, colocaremos protetores para evitar que as pessoas atravessem a rua no local errado", explica.

Ubiratan diz que haverá um reforço na iluminação e uma sinalização mais ostensiva, principalmente nas travessias. "Também vamos aumentar a área de calçadas e implantar uma lombada eletrônica, que era um desejo antigo dos comerciantes", conta. De acordo com o engenheiro, a instalação de semáforos para pedestres e modificações no piso das calçadas não serão necessárias. Já as vagas para estacionamento na rua permanecerão como estão. "Em 15 dias devemos ter o projeto pronto e aí discutiremos com os lojistas os custos. Mas no que cabe à prefeitura, o processo de implantação não será imediato", afirma Ubiratan. "Como a rua faz parte do anel viário será uma obra que ainda será licitada. A idéia é começar as obras até o fim do ano", diz.

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