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Nádia Silva Jardim, estudante | Marco André Lima/ Gazeta do Povo
Nádia Silva Jardim, estudante| Foto: Marco André Lima/ Gazeta do Povo

Previsão

Oscilações de temperaturas persistem até setembro

Os paranaenses devem conviver com o frio pelo menos até a primeira quinzena de setembro. Uma série de massas de ar frio que sopram da Antártica em direção ao Equador (do Sul para o Norte) deve passar por cima do estado pelo menos até esse período, quando haverá uma reversão da direção do vento frio (do Norte para o Sul).

A boa notícia é que o frio não será constante. De acordo com o meterorologista Reinaldo Kneib, do Instituto Tecnológico Simepar, a tendência é de períodos de frio intenso intercalados com temperaturas mais amenas. Nos períodos em que a massa de ar frio estiver sobre o estado, o que tem duração média de sete a dez dias, os termômetros devem ficar na marca de zero grau na capital, até 5 negativos no Sul e Sudoeste e cerca de 4 graus na Região Norte. Nos dias de clima mais brando, a máxima deverá ficar em torno dos 20 graus.

As épocas de frio mais intenso devem se concentrar no fim de julho, meados de agosto e na primeira quinzena de setembro. Até sexta-feira, a previsão é de que a mínima fique em torno de 5 graus e a máxima, em 22 graus.

Em qualquer época do ano, cuidar da saúde é fundamental. Alguns hábitos nocivos ganham força, no entanto, quando os termômetros baixam. Será mito a impressão de que no inverno comemos mais, ficamos mais preguiçosos e fazemos menos exercício? Especialistas dizem que o senso comum, nesse caso, é certeiro. E as desculpas, para quem está no Sul, não valem. O conselho é se programar, seja em relação ao melhor horário para ir à academia, à quantidade de roupas ou ao hábito de se alimentar melhor. Confira as dicas

Não fique parado nunca!

Embora a tentação de ficar em casa seja quase irresistível, é importante se exercitar nesta estação. Tal prática aumenta a imunidade do corpo e ajuda a prevenir doenças típicas do inverno, como gripe e pneumonia. No frio, os músculos ficam menos elásticos, e as chances de lesão aumentam. Por isso, fazer aquecimento é indispensável. E lembrar-se de que não há atividade que não possa ser praticada no inverno.

A estudante Nádia Silva Jardim, de 16 anos, é um exemplo de que enfrentar a preguiça e a resistência compensa. Há três meses, por orientação do médico (ela é diabética), Nádia passou a nadar três vezes por semana. O horário escolhido não é dos melhores: as aulas começam às 19 horas, quando ela poderia estar em casa, debaixo das cobertas. Mas o resultado foi positivo.

"Antes de ir para a aula, te­­nho muita preguiça. Preciso sair de casa, do quentinho, chegar lá, tirar a roupa, colocar o maiô... mas tem sido bom. Minha diabetes estabilizou, e a rinite, que me incomodava muito, principalmente no inverno, está controlada, e não tive mais gripe", resume. Para ela, não há desculpa para não praticar esportes no frio. "A água é quente, você faz aquecimento e quando sai da piscina, vai direto para o banho."

O endocrinologista Mauro Scharf recomenda tais atividades pelo mesmo motivo, mas aconselha que os alunos procurem academias com ambientes climatizados, para evitar a exposição brusca à mudança de temperatura. O mesmo cuidado deve ser tomado na saída da academia.

Coma bem e sem exageros

No frio, a máxima de que comemos mais é verdadeira. Para não perder calor e se manter aquecido, o corpo "trabalha" mais, o ritmo do metabolismo fica mais intenso e, na ânsia de repor as energias, ingerimos mais alimentos – de preferência, os mais pesados. Comer alimentos mais calóricos, no entanto, não afasta o frio.

Com o consumo de bebidas ocorre algo semelhante. Quando as pessoas trocam a água e a cerveja pelo quentão e o whisky, potencializam as chances de intoxicação alcoólica, desidratação e aumento de peso. "Quanto mais alcoólica a bebida, mais calórica ela é. E mesmo as que não levam álcool tendem a ser mais calóricas, como o chocolate quente e o capuccino, que nós consumimos mais nessa época", afirma a nutricionista Denise Johns­son Amaral, do Conselho Re­­gional de Nutricionistas.

De acordo com o endocrinologista e diretor do Laboratório Frischmann Aisengart Mauro Scharf, consumir bebida alcoólica em excesso pode causar hipoglicemia (perda do nível de açúcar no sangue). E, no caso daquelas que levam muito açúcar, como o quentão, o gosto adocicado tende a mascarar o álcool, fazendo a pessoa beber mais.

Ingerir líquidos no inverno é fundamental e quem não quer abrir mão de bebidas quentes pode optar pelos chás naturais e moderar no açúcar. Sopas e caldos também contribuem para a hidratação. E é preciso fazer um esforço e continuar a beber suco, água e água de coco, além de não tirar o peixe e o frango grelhado do cardápio.

Proteja-se das doenças

Dois tipos de doença costumam lotar os consultórios médicos neste período do ano: as infecciosas e as imunológicas. As primeiras são as causadas por vírus, como as gripes, ou por bactérias, caso das pneumonias. As outras ocorrem quando o sistema imunológico está debilitado, e as mais comuns são a rinite, a bronquite e a asma.

Para evitá-las, o mais importante é cuidar da alimentação e praticar exercícios, que fortalecem o organismo. No caso das infecciosas, o infectologista do Laboratório Frischmann Aisen­gart Jaime Rocha lembra que é preciso observar a "etiqueta da gripe": manter as mãos limpas, de preferência com água e sabão (ou álcool-gel), e evitar levá-las aos olhos e nariz, o que também previne contra diarreias, meningite e conjuntivite.

Neste inverno, o cuidado com a proliferação do vírus H1N1 deve continuar, pois, de acordo com Rocha, já há casos notificados da doença no Rio Grande do Sul. "A vacina continua sendo importante, e ela tem indicação universal." Para evitar as alergias, o médico sugere que, antes de o inverno chegar, as roupas sejam tiradas do ar­­mário, lavadas e expostas ao sol, pois o bolor é responsável por grande parte dos casos de rinite, asma e bronquite.

Como as doenças imunológicas suscitam sintomas muito parecidos com os das infecciosas, é preciso evitar a automedicação e procurar um médico para ter um diagnóstico preciso. "Não é porque o vizinho tomou e melhorou, ou porque você mesmo tomou em outra ocasião e ficou bem, que aquele remédio é indicado para você."

Evite banhos longos e quentes

No inverno, a pele sofre. Além do desgaste causado pela baixa temperatura e pelo vento, a água quente dos banhos costuma diminuir a produção de sebo pela epiderme, causando a desidratação e tornando-a seca e rachada.

Nesse caso, a indicação da dermatologista Christine Graf Guimarães, secretária da seção paranaense da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é para que se evitem banhos muito quentes e se troquem os sabonetes comuns pelos hidratantes, à base de glicerina.

Também é aconselhável evitar os óleos e preferir as loções hidrantes. No caso do rosto, a indicação é de protetores solares com fator mínimo 15 e com função hidratante. Para os lábios, a recomendação é a mesma.

Em relação aos cabelos, a água quente causa caspa e pode irritar o couro cabeludo. Quem usa secador ou chapinha deve aplicar produtos com proteção térmica nas mechas, para evitar a quebra, e não aproximar o equipamento do couro.

A especialista também recomenda que se evite dar muitos banhos em crianças, principalmente se a pele estiver ressecada ou com alergia. Colocar algumas gotas de óleo vegetal, como o de canola, é mais indicado do que usar um óleo mineral, que tende a fechar os poros e causar acne.

Outro problema de pele causado pelo inverno são as alergias decorrentes do contato com lã e fios artificiais, por isso, o indicado é sempre usar um tecido de algodão sobre a pele. Quem faz serviços domésticos deve usar luvas, pois o contato com as substâncias alcalinas dos detergentes, além do contato com a água quente, pode causar fissura nos dedos.

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