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A promessa de reabertura do serviço de pronto atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado, não foi cumprida nesta sexta-feira (1º). O reinicio do serviço havia sido anunciado pelo secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto.

Ele esteve na cidade há cerca de dez dias para tentar colocar ponto final a um impasse que se arrasta há três meses, prejudicando o atendimento de uma população estimada em 330 mil pessoas que reside na região e depende do pronto socorro da Santa Casa.

O pronto socorro está fechado há três meses, após ser interrompido sob a alegação que o serviço estaria causando prejuízos a instituição. Atualmente, o pronto atendimento do SUS está sendo prestado por uma clínica com infraestrutura insuficiente, gerando um estado de caos no sistema de Saúde.

A prefeita da cidade, Regina Dubay (PR), que já ameaçou entregar a gestão plena do sistema, diz agora que - se não ocorrer a reabertura do serviço - vai procurar o Ministério Público para que o órgão apresente um pedido de intervenção do hospital na justiça.

Apesar das ameaças, a diretoria da Santa Casa resiste a reabrir o pronto atendimento sem a assinatura de um documento oficial assinado pelos gestores da Saúde, no qual eles se comprometem a cobrir as despesas do serviço e proporcionar condições mínimas de estrutura para o pronto socorro.

As mesmas condições foram impostas pelo corpo clinico do hospital que anunciaram na quarta-feira a decisão de não participar dos plantões previstos a partir desta sexta.

Emergência

Apesar da formação de uma comissão informal para acompanhar a reabertura do serviço, com membros indicados pelos gestores e entidades ligadas a Saúde, quase nada havia sido definido após a reunião com Caputo. A primeira reunião da comissão, que seria responsável pela formação da escala de plantonistas, foi marcada às pressas somente na última terça-feira. O vereador Luiz Alfredo (PT do B), indicado pelo legislativo, decidiu assumir a coordenação.

Na noite de quinta, Alfredo marcou uma reunião de emergência com os médicos do hospital e apresentou uma proposta garantindo a entrega de materiais necessários para o pronto atendimento e afirmando que o pagamento de plantonistas seria realizado com verbas do município e do estado. Alfredo não soube precisar a origem dos recursos, mas diz que sua proposta contava com aval da prefeitura e do governo do estado. Os médicos disseram estar predispostos a aceitar a proposta, mas não definiram a data de reabertura do pronto atendimento, o que deve ocorrer somente após a oficialização da promessa do vereador.

O presidente da Santa Casa, Paulo Davidoff, que disse não ter sido convidado para a reunião, afirma que a reabertura do serviço só ocorrerá com a garantia real de recursos. Davidoff disse que a estrutura do hospital não comporta a reabertura imediata do pronto socorro. "Estamos sem respirador artificial na UTI, goteiras pelo prédio e ausência de vários insumos. Não podemos ofertar um serviço deficiente para a população", disse ele.

Valores

Na reunião com Caputo, presidente da Santa Casa apresentou uma planilha de custo mensal do serviço estimada em R$ 520 mil. Governo e prefeitura querem avaliar se o valor apresentado se confirma com o pronto-socorro em funcionamento. Apenas os serviços básicos de pronto atendimento serão ofertados durante o prazo. Até a interrupção do serviço, a Santa Casa recebia repasses de cerca de R$ 240 mil. O estado repassava R$ 120 mil através do Hospsus, a prefeitura de Campo Mourão R$ 60 mil e os demais 25 municípios da região R$ 62 mil.

Davidoff informou que técnicos da secretaria de Saúde do estado, apresentaram nesta semana um estudo de impacto financeiro para reabertura do pronto atendimento.. Segundo ele, foram realizados cortes em algumas especialidades do serviço, sendo mantido apenas os plantonistas básicos de pronto socorro. Ele informou ainda que o documento demonstrou que a reabertura deve gerar um déficit mensal de R$ 175 mil para Santa Casa e não foi apontado uma fonte para cobrir o déficit.

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