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A atriz Fernanda Paes Leme (ao centro) com Luciana Dal Molin (à esq.) e Joice Spengler na 2ª Paella Brava Beach, realizada  sábado na inauguração da Central de Vendas do empreendimento, na Praia Brava de Itajaí, litoral catarinense | Fotos: João Souza
A atriz Fernanda Paes Leme (ao centro) com Luciana Dal Molin (à esq.) e Joice Spengler na 2ª Paella Brava Beach, realizada sábado na inauguração da Central de Vendas do empreendimento, na Praia Brava de Itajaí, litoral catarinense| Foto: Fotos: João Souza

Chuva provoca protesto e transtornos em Curitiba

A chuva forte que caiu em Curi­­tiba e região na tarde de ontem provocou alagamentos e até destelhamento de casas. Na capital e Fazenda Rio Grande, Pinhais e São José dos Pinhais, várias ruas ficaram intransitáveis por causa da água. Em al­­guns casos, foi preciso acionar o Corpo de Bombeiros para fazer o resgate de pessoas ilhadas.

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Pesadelo

Cheias são rotina na região

Joinville - Ao tentar manter os móveis recém-comprados acima da linha da água, os moradores dos bairros da região oeste de Joinville, Santa Catarina, imediatamente relembram os piores momentos da enchente anterior, em novembro de 2008. Pouco mais de dois anos depois da tragédia que atingiu várias cidades catarinenses, a comunidade pobre vê as águas do Rio Piraí subirem novamente até 2,5 metros acima do nível da rua e inutilizar objetos do lar, veículos e até mesmo casas inteiras.

Na tarde de ontem, mais de 48 horas após o fim das chuvas no município, o nível da água continuava alto nos bairros da região oeste da cidade. A estimativa da prefeitura é de que a água baixe totalmente apenas na quarta-feira. Alguns atingidos demonstram surpresa com o curto período que separa as duas tragédias. "Não tinha nem ideia de que ia acontecer de novo", diz o servente de pedreiro Osni Ricardo Anacleto, de 45 anos, enquanto reparava que a sua casa, afundada até a altura da janela, estava com a estrutura inclinada. "Provavelmente vai cair", antecipa.

Pelas ruas alagadas, veteranos de enxurrada orientam os vizinhos e fazem carretos com barco. Dois dos passageiros foram os irmãos Joel e Rosenilda Pires. Eles tiveram de retornar à casa alagada que haviam deixado para trás para recuperar a pasta de documentos da família. "O resto que tinha para ir foi tudo", avalia Joel ao fechar a porta de casa, antes de entrar no barco. "Deixa aberta. Quem é que vai roubar?", interrompe a irmã. Entretanto, alguns moradores se recusam a abandonar suas casas justamente com medo de saques (OT).

Dois anos após a enxurrada que matou 135 pessoas em Santa Catarina, o estado voltou a sofrer com as chuvas. Desde terça-feira passada, cinco pessoas morreram e cerca de 17 mil desalojados e desabrigados por temporais. A situação se agravou no último sábado. Chuvas intensas atingiram vales e o litoral catarinense, fazendo com que o total de cidades afetadas chegasse a 52. Dessas, 28 decretaram estado de emergência e o município de Mirim Doce, na região central, está em estado de calamidade pública. Estradas federais ficaram interditadas durante o fim de semana e há pontos em que ainda não há previsão para que o fluxo de veículos normalize.

Das cinco mortes registradas por causa dos temporais, duas são crianças: um bebê de 3 meses em Massaranduba, e um menino de 8 anos em Florianópolis. Também na capital, uma mulher caiu de uma ponte que ruiu. Dois homens morreram ao serem atingidos por raios, um em Florianópolis e outro em Jaraguá do Sul.

As chuvas que atingiram o estado também afetaram o fornecimento de energia elétrica. De acordo com a companhia Centrais Elétricas de Santa Ca­­tarina (Celesc), 5 mil consumidores estão sem luz. O De­­parta­­mento Estadual de Defesa Civil está atendendo os municípios atingidos com o envio de alimentos e materiais. Colchões, cestas básicas, kits de limpeza e água potável foram enviados às áreas atingidas ainda no sábado.

Três helicópteros operam no estado para reforçar o atendimento aos municípios atingidos. Uma das aeronaves transferiu médicos de Joinville para São Francisco do Sul. Outro helicóptero leva alimentos, medicamentos, colchões e outros itens de atendimento emergencial às famílias atingidas em Mirim Doce. E a terceira aeronave opera em ações emergenciais na Grande Florianópolis.

Joinville

Apesar de não ter anunciado estado de emergência, Joinville é a cidade com maior número de desalojados: 6.285. Até a noite de ontem 65 pessoas permaneciam em abrigos. O restante ha­­via conseguido teto com parentes e amigos.

A secretária de Assistência Social em Joinville, Rosemeri Costa, atribui a repetição das cenas ao acaso e à geografia. "Historicamente, Joinville sempre sofreu com enchentes. Após 2008, o município trabalhou com desassoreamento de rios, para evitar as cheias. Mas o que ocorreu nesta última semana foi atípico. Foi praticamente uma enchente por dia", explica. Além da proximidade com o Rio Piraí, que tende a subir com as chuvas de verão, a região também se localiza entre vários morros, que desembocam água na cidade.

Estradas

Rodovias federais foram afetadas pela queda de barreiras e alagamentos. No começo da noite de ontem, um deslizamento interrompeu o fluxo de veículos na BR-280, em Corupá, entre os quilômetros 92 e 93. Outro trecho da BR-280, no quilômetro 27, também está interditado, em São Francisco do Sul, por causa da queda da cabeceira de uma ponte que dá acesso à cidade. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, não havia previsão para a liberação desses trechos.

O acesso a São Francisco é feito por um desvio em uma estrada de chão. O local está sinalizado, porém, só é permitida a passagem de motocicletas e automóveis. No início da noite de ontem, a BR-101 operava em meia-pista no quilômetro 54, em Araquari.

Confira o mapa das cidades atingidas pela chuva em SC:

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