Após um boom imobiliário, que resultou em espigões de mais de 30 andares por toda a cidade de Santos, a prefeitura enviou à Câmara Municipal um projeto para reduzir em até 30% o tamanho dos novos empreendimentos. Segundo o governo municipal, um dos objetivos é conter o trânsito, um problema na cidade onde a frota de veículos cresce de forma alarmante - há um carro para cada 1,6 habitante. O outro é melhorar a "ambiência", ou seja, evitar prédios muito grandes em relação ao entorno, que causem grande impacto visual e prejudiquem a iluminação.
O problema tem sido verificado em algumas vias. A Rua Clay Presgrave Amaral, por exemplo, área nobre no bairro do Gonzaga, atraiu várias torres que formam uma espécie de paredão em relação a antigas casas da via e pioraram o trânsito. No José Menino, torres de 33 andares bloqueiam a vista da praia e do jardim da orla que se tinha desde o Morro do Itararé. O maior prédio da cidade, que terá 38 andares, está em construção.
Os espigões surgiram com a revisão das regras de uso do solo feita em 1998, quando o limite de altura não passou a ser mais um parâmetro para autorizar obras. Os limites de altura de dez andares, de 1968, e de 14 andares, de 1986, deram origem à maioria dos prédios da cidade.
Agora, a prefeitura quer reduzir o aproveitamento das áreas de novos empreendimentos, diminuindo a área total construída em até 30% nas vias mais estreitas da cidade, que representam metade das ruas de Santos. Isso poderá reduzir a altura dos novos prédios, mas as construtoras também poderão reduzir o empreendimento na horizontal, erguendo prédios estreitos.
Nas ruas mais largas, a redução do aproveitamento pretendida é de até 10%.
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