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Balanço da Defesa Civil de São Paulo aponta que, desde terça-feira (1º), 15 pessoas morreram e pelo menos 13 ficaram feridas devido às chuvas no Estado. Entre esta quinta e sexta, 13 mortes foram registradas. Nove delas aconteceram na região metropolitana, em três deslizamentos de terra.

O órgão informou que desde a última terça-feira, 21 municípios foram afetados pelas fortes chuvas. No total, o número de desabrigados chega a 310 no Estado.

O temporal que atingiu São Paulo nesta quinta causou cinco deslizamentos e oito desabamentos de residência nas zonas leste, oeste e sul da capital paulista. Somente na região de São Mateus, na zona leste, 123 imóveis foram interditados. Três pessoas morreram em um desmoronamento de terra no Parque São Rafael. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, 150 pessoas estão desalojadas na região.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), foram 53mm de chuvas, 25% do previsto para o mês todo. O período considerado crítico para chuvas vai de 1º de novembro a 15 de abril.

Outras casas afetadas

De acordo com o coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil, os moradores das casas afetadas irão para as casas de amigos e parentes.

Um desses imóveis é onde morava a família da vendedora Maria das Graças Leite, de 27 anos. Nos fundos da casa, parte de um barranco desabou, derrubando terra no local. Como o solo ainda está instável, a Defesa Civil interditou a parte de trás da casa – apenas a cozinha e a garagem, na frente, estão liberadas. Por isso, a família resolveu já se mudar para outro local.

"Estou morrendo de medo, para cá eu não volto mais", contou Maria. Segundo ela, às vezes acontece de cair um pouco de terra no imóvel quando chove, mas nada como desta vez. "Já alugamos outra casa aqui no bairro, que não tem morro do lado. Não volto a morar aqui de jeito nenhum."

A mulher mora no local com o marido, o metalúrgico Valfrido Santos da Cruz, de 39 anos, e os dois filhos, uma menina de 3 e um menino de 5, há dois anos. Após o susto na noite de quinta, apenas ela e o marido ficaram no local – os filhos foram dormir na casa de uma amiga. "Foi sorte que já conseguimos uma casa para alugar", disse a mulher. "Já estava na hora de ir embora mesmo", afirmou o metalúrgico.

Já a doméstica Luciene Santana, de 36 anos, ainda não sabia se sua casa foi interditada, pois passou a noite na rua com os três filhos após o susto de quinta. Segundo ela, parte do barranco caiu nos fundos de sua casa, acertando lama na parede do quarto. "Dormi na rua com meus filhos com medo de desabar tudo. Ainda não tive coragem de voltar", contou ela, que tem um menino de 2 anos e duas meninas, de 9 e 11 anos.

Outros desabamentos

A Defesa Civil de São Paulo registrou quatro deslizamentos, oito desabamentos, duas quedas de muro e três quedas de árvores decorrentes da chuva de quinta.

Em Mauá, no ABC, quatro deslizamentos de terra seguidos por desabamentos deixaram um morto e oito feridos na madrugada desta sexta.

Em Itapecerica da Serra, três crianças e um adolescente morreram na tarde de quinta em um deslizamento. Uma adolescente de 13 anos ficou ferida, mas conseguiu escapar. Quarenta imóveis foram interditados na região.

A Defesa Civil, com o auxílio do Corpo de Bombeiros interditou 123 casas, incluindo as 40 do Parque São Rafael, na região da Subprefeitura de São Mateus, na Zona Leste, por volta das 18h desta sexta-feira (4). A região também foi castigada pelo temporal do dia anterior. A defesa civil estima que cerca de 370 pessoas estejam desabrigadas.

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