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Satélite israelense Eros-B consegue identificar um objeto a 70 cm do chão. | /
Satélite israelense Eros-B consegue identificar um objeto a 70 cm do chão.| Foto: /

Um equipamento um pouco maior do que um homem de estatura média deve ser a grande novidade na fiscalização dos 16.886 km de fronteira do Brasil com dez países. Após utilizar de forma experimental por seis meses o satélite israelense Eros-B para a segurança da Olimpíada Rio-2016, o Ministério da Defesa negocia contrato para que o equipamento seja incluído no novo plano de monitoramento das fronteiras, anunciado semana passada. O valor da negociação não foi divulgado.

INFOGRÁFICO: Curiosidades sobre o satélite

Lançado ao espaço em 2006 e orbitando à distância atual de 520 km da Terra, o Eros-B pode produzir imagens 70 cm de resolução. Durante os Jogos Olímpicos, o satélite orbitou à distância de 450 km da Terra, aumentando a capacidade de definição das imagens para 50 cm.

Com tal resolução, o equipamento é capaz, por exemplo, de identificar a placa de um veículo. No caso das fronteiras, a tecnologia pode facilitar as ações da Polícia Federal e da Receita Federal no monitoramento de cargas e pessoas ilegais no país.

Orbitando a uma velocidade de 27.360 km/h, o satélite é capaz de dar duas voltas diárias no planeta. Como comparação, o satélite é quase 13 vezes mais rápido do que um caça, cuja velocidade média é de 2.100 km/h.

Quando anunciou o uso do satélite durante os Jogos Olímpicos, o coronel Hélcio Vieira Júnior, comandante do Centro de Operações Espaciais da Aeronáutica, explicou que o equipamento permite reunir em poucos minutos imagens que as forças de segurança do país demorariam dias utilizando outras fontes. A previsão é de que no novo plano de fronteiras o satélite seja usado da mesma forma que na Rio-2016, quando foi controlado por militares brasileiros e teve as imagens compartilhadas com todas as agências nacionais de segurança.

O objetivo é de que as imagens feitas no espaço complementem a implementação do sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), a ser coordenado pelo Exército. O sistema prevê a integração de radares fixos e móveis, bem como câmeras e outros sensores instalados nas fronteiras.

Cooperação

Além do uso de tecnologia, o Ministério da Defesa prevê também uma maior cooperação com as forças de segurança dos países vizinhos para combater o crime na fronteira. Em especial entre os membros do Mercosul.

Além de propor um tratado sobre o comércio de armas entre Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, também quer seja posto em prática um tratado pouco conhecido no bloco que permite que forças de segurança possam capturar criminosos que entrem em um dos países-membros durante perseguição policial.

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