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Prioridade

Segundo o Ministério da Saúde, as equipes de saúde bucal são implantadas prioritariamente em regiões consideradas mais periféricas. O coordenador de Saúde Bucal do ministério, Gilberto Pucca, esclarece que cada equipe de saúde bucal é responsável por atender aproximadamente mil famílias – o que significa em torno de 3,8 mil pessoas. "A nossa preferência é implantar equipes em áreas que concentram maior nível de exclusão social. A expectativa é de que no decorrer dos anos consigamos ter 100% de cobertura odontológica", afirma. Pucca enfatiza que cabe aos municípios apresentarem projetos para a instalação de equipes de saúde bucal – incluindo a implantação dos Centros de Especialidade Odontológica (CEOs).

A cobertura odontológica do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não atinge a metade da população do Paraná. Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 40% dos moradores do estado têm acesso gratuito a dentistas nas unidades básicas de saúde. O estado possui hoje 1.199 equipes de Saúde Bucal.

INFOGRÁFICO: Confira a cobertura odontológica do país

A situação é semelhante ao cenário nacional – em todo o país, 23 mil equipes atendem 77,6 milhões de pessoas, perto de 40% da população. Cerca de 4,9 mil das 5,7 mil cidades do país têm ao menos uma equipe odontológica.

No Paraná, 354 dos 399 municípios possuem atendimento à saúde bucal. Apesar do número alto de cidades contempladas com o serviço, a cobertura populacional é baixa devido à alta demanda das cidades maiores. "Você pode ter um número de equipes em uma cidade de 10 mil habitantes e a mesma quantidade de equipes em um município maior. Nesse último caso a cobertura não será 100%", explica o coordenador de saúde bucal da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Léo Kriger. Segundo ele, o Paraná deverá ter ainda neste ano 59% da população atendida pelo SUS. "Estamos credenciando mais equipes e devemos superar essa marca", revela.

Especialidade

Novos Centros de Especialidade Odontológica (CEOs) também devem ser inaugurados neste ano. Os centros são responsáveis em realizar tratamentos mais avançados, como os de canal, periodontia, cirurgias e diagnóstico e detecção do câncer de boca. Três regionais de saúde sediadas em União da Vitória, Telêmaco Borba e Paranaguá não possuem nenhum CEO. Essas regionais somam 24 cidades.

Para conseguirem atendimento odontológico mais especializado, usuários do SUS dessas localidades precisam se deslocar para municípios de outras regionais. Ao todo, o Paraná possui 48 CEOS – no Brasil, são mil centros, em 808 municípios.

"A gente tem estimulado e procurado incentivar que os municípios credenciam CEOs nesses locais. É uma das nossas prioridades", afirma Kriger. Curitiba, por exemplo, possui somente dois centros especializados, o que gera uma fila para o atendimento. Segundo o responsável em saúde bucal da secretaria de Saúde da capital, Wellington Zaitter, há casos em que os pacientes têm de esperar por quase seis meses para conseguir tratamento de canal.

A expectativa é de que ainda neste ano outros dois Centros, que serão administrados em parceria com universidades, sejam inaugurados. "Com isso, os nossos atendimentos serão praticamente imediatos", prevê Zaitter.

Curitiba aposta em consultas agendadas

Em Curitiba, as 108 unidades básicas de saúde contam com equipes de saúde bucal – dessas, 61 fazem parte do Programa Saúde da Família (PSF). "O dentista acompanha a saúde dessas pessoas de uma forma mais eficiente e uma vez por semana visita a comunidade em que atua", afirma o responsável em saúde bucal da secretaria de Saúde da capital, Wellington Zaitter.

Uma das mudanças adotadas pela prefeitura da capital é a adoção gradativa de atendimentos agendados. "Até meados do ano passado as pessoas iam até a unidade de saúde e passavam por uma triagem para saber quais iriam ser atendidas no dia e quais precisariam retornar nos próximos dias", relata Zaitter.

Uma das unidades que já conta com as consultas agendadas é a de Santa Quitéria. O dentista Ivan França conta que a alteração trouxe benefícios tanto para os profissionais quanto para os pacientes. "Antes a gente atendia umas 20 pessoas para selecionar 10 que precisavam de tratamento mais urgente. Agora, a gente consegue atender a todos que aparecem." Os pacientes são atendidos, em média, até uma semana após o agendamento.

As consultas podem ser agendadas por telefone ou diretamente na unidade de saúde. A paciente Cleunice Gomes, 25 anos, relata que a mudança foi positiva. "Antes eu vinha, ficava esperando e tinha que voltar só no outro dia. Agora eu venho e sou atendida no horário marcado", conta.

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