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Grávida pela primeira vez, Juliana Thaís Bello, 22 anos, elogia o atendimento do Mãe Curitibana: “A gente costuma esperar o pior do SUS, mas não tenho do que reclamar” | Antônio More/Gazeta do Povo
Grávida pela primeira vez, Juliana Thaís Bello, 22 anos, elogia o atendimento do Mãe Curitibana: “A gente costuma esperar o pior do SUS, mas não tenho do que reclamar”| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Mãe Curitibana oferece média de 7,7 consultas

Enquanto o Ministério da Saú­­de e as Nações Unidas exigem um mínimo de seis consultas pré-natal para as gestantes, o programa Mãe Curitibana já alcança uma média de 7,7 encontros por ges­­tante. À espera da pequena Laura, a auxiliar administrativo Juliana Thaís Bello, 22 anos, já fez oito consultas. Juliana é só elogios ao programa, que já atendeu 170 mil gestantes desde 1999. "Não te­­nho do que reclamar", afirma. Animada, diz que o médico havia lhe informado, na última oportunidade, que o parto não passaria desta semana.

Juliana conta que ela e o companheiro, o bacharel em direito Bruno Freitas Barbosa, 27 anos, levaram um susto com a gravidez. Na época eram namorados, não planejavam um filho e não tinham sequer plano de saúde. O casal ficou sem saber o que fazer. "Chegamos a pensar em pagar um plano particular, mas com a carência é complicado", diz Barbosa. Eles, então, resolveram seguir o conselho de amigos.

"Aconselharam-me a procurar o Mãe Curitibana. A gente costuma esperar o pior do SUS, mas desde que comecei a vir aqui sou atendida bem rápido. Sempre vão até a minha casa, faço em média duas consultas por mês e, mesmo quando não há consulta marcada, se precisar posso vir", diz.

Juliana conta que já conhece a maternidade que vai fazer o parto. "Apresentaram várias opções para que escolhêssemos". E já até aprovou os serviços. "Como a Laura estava querendo vir de sete meses, já tive que ficar internada. Fui muito bem atendida", diz.

O jovem casal agora está ansioso para conhecer o rostinho de Laura. "Você vê alguns sonhos parando, mas outros nascendo", afirma Juliana. "Eu adoro criança, tenho oito afilhados e cinco sobrinhos, não vejo a hora de a Laura nascer", completa o novo papai. "Já programamos para depois do nascimento oficializar a nossa união", diz. (TC)

O que é avaliado

Veja quais são os indicadores que compõem o índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan):

Emprego e Renda

- Geração de emprego formal.

- Estoque de emprego formal.

- Salários médios do emprego formal.

Educação

- Taxa de matrícula na educação infantil.

- Taxa de abandono no ensino fundamental.

- Taxa de distorção idade-série.

- Docentes com ensino superior no ensino fundamental.

- Média de horas-aulas diárias no ensino fundamental.

- Resultados do Ideb (Índice e Desenvolvimento da Educação Básica) no ensino fundamental.

Saúde

- Número de consultas pré-natal.

- Óbitos por causas mal-definidas.

- Óbitos infantis por causas evitáveis.

  • Confira o desempenho de todas as capitais

Curitiba é a capital brasileira mais desenvolvida. É o que mostra o Índice Firjan de Desenvol­vimento Social (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Com IFDM de 0,8687, considerado de alto desenvolvimento, Curitiba passou a ocupar o primeiro lugar no ranking das capitais e o 47.º lugar no ranking geral dos municípios brasileiros. O IFDM Brasil ficou em 0,7478 e o IFDM Paraná ficou em 0,8244. Os dados divulgados nesta semana referem-se a 2007.

Em 2000, Curitiba ocupava a terceira posição, com um IFDM considerado moderado de 0,7386. A capital paranaense perdia apenas para Brasília (DF) e Vitória (ES). Em 2005, Curitiba chegou ao primeiro lugar do ranking, com um IFDM de 0,8510. Em 2006, mesmo com um IFDM de 0,8546, ou seja, 0,4% maior do que no ano anterior, a capital paranaense voltou a cair para a terceira posição.

Mas, em 2007, Curitiba teve crescimento de 1,6% no índice e voltou ao topo, a frente de Vitória e São Paulo – as três únicas capitais com alto índice de desenvolvimento. A capital do Paraná obteve o terceiro maior crescimento do IFDM entre 2006 e 2007. Só São Luís (MA) e Palmas (TO) tiveram variação positiva maior no período, 3% e 1,9%, respectivamente.

A professora do curso de Geo­grafia da UFPR, Olga Firkowski, faz uma ressalva aos resultados do IFDM. "O indicador é uma generalização para o município. Nem todo mundo naquele município tem aquelas condições. O indicador tem um recorte municipal, não permite chegar ao nível da família", diz.

Vertentes

Seguindo uma tendência desde 2005, Curitiba mostra que a saúde é sua melhor vertente e a educação, por outro lado, a pior. Em 2007, o IFDM-saúde de Curitiba alcançou 0,9403. O IFDM- renda/trabalho ficou em 0,8975. Já o IFDM-educação não alcançou o patamar de 0,8 para que seja considerado de alto índice de desenvolvimento (ficou em 0,7684).

A secretária municipal de Educação, Eleonora Fruet, afirma que o fato de o resultado nessa vertente não ser tão alto como era esperado é explicado pela metodologia do estudo. "Na composição do índice, entra a carga horária do ensino fundamental, mas não da educação infantil", exemplifica.

Segundo ela, enquanto São Paulo e Vitória, as capitais mais bem colocadas no IFDM-educação, oferecem 9 horas e 5 horas, respectivamente, de carga horária na educação infantil, Curitiba disponibiliza 10 horas. "Se fôssemos atender apenas 5 horas, poderíamos dobrar o nosso atendimento", calcula.

A educação infantil, um dos pontos fracos de Curitiba, equivale a 15% do indicador de educação. O último levantamento municipal, de 2008, mostrava que havia um déficit de 9 mil vagas. De acordo com Eleonora, o atendimento está sendo ampliado com a construção de 12 creches, a licitação de outras 10, a ampliação de 11 e a inclusão de 18 no orçamento.

O indicador de educação de Curitiba é puxado para baixo também, segundo Eleonora, por conta da nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo ela, as escolas municipais da capital têm nota superior às escolas estaduais que funcionam na cidade. A superintendente da Secretaria de Estado de Educação, Alayde Digiovanni, discorda da explicação. Segundo ela, em 2007, 76 municípios paranaenses tinham o Ideb maior que Curitiba.

Já a secretária municipal de Saúde, Eliane Chomatas, comemora o resultado obtido no IFDM-saúde. "Reflete o nosso esforço cotidiano e o esforço do governo que tem colocado investimentos na área de saúde", diz. Segundo ela, o programa Mãe Curitibana, a atenção primária de qualidade e um sistema de epidemiologia que investiga as causas de todos os óbitos foram os principais responsáveis por colocar a capital paranaense na vanguarda.

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