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A palavra integração foi ouvida em todos os debates durante a sétima etapa do Fórum Futuro 10 Paraná, que reuniu representantes de municípios do litoral e da região metropolitana de Curitiba na terça-feira, 25, na capital. Logo após concordarem sobre a necessidade do trabalho integrado, no entanto, prefeitos e outros representantes dos governos municipais apressavam-se em lembrar uma das pedras no meio do caminho: a saúde pública.

Curitiba se queixa de que sua infra-estrutura é saturada por moradores de municípios vizinhos. "Não podemos negar atendimento, mas também não podemos sacrificar os curitibanos com a falta de investimento em outros municípios", diz o prefeito Beto Richa. Os vizinhos afirmam que a capital recebe recursos extras do Sistema Único de Saúde (SUS) justamente para pagar esse serviço. "Além disso, nosso hospital municipal também recebe moradores de Curitiba", afirma o prefeito de São José dos Pinhais, Leopoldo Meyer.

A solução pode estar na criação de um Consórcio Municipal de Saúde na região metropolitana. O consórcio, que tem um protocolo de intenções assinado, deve começar a funcionar no próximo ano. "É a melhor saída para que todos os municípios tenham um atendimento equilibrado", diz a psicóloga Cristiana Façanha, secretária de Saúde de Fazenda Rio Grande.

A estrutura do SUS divide os municípios entre aqueles de atenção básica (prevenção e emergências) e os de atenção plena (exames complexos, consultas especializadas e cirurgias). Na região metropolitana, só Curitiba é de atenção plena. Do total de exames, consultas especializadas e cirurgias pagos pelo SUS em Curitiba, 70% destinam-se a moradores da capital. Os outros 30% são disputados por outras cidades, uma concorrência difícil, já que os 25 municípios da região metropolitana, somados, têm quase o mesmo número de habitantes de Curitiba.

Como resultado, formam-se filas e há quem espere até seis meses por uma consulta. "Às cinco da manhã, todos os dias, já temos funcionários tentando marcar consultas, mas as filas não acabam", afirma Rilton Boza, prefeito de Campo Magro. O consórcio dividiria as consultas e exames de forma proporcional.

Para não deixar casos graves sem atendimento, muitos municípios pagam consultas direto aos hospitais. É o caso de Campina Grande do Sul, que assinou um convênio com o hospital Angelina Caron, para cobrir consultas e exames não pagos pelo SUS, com o qual gasta cerca de R$ 20 mil mensais. Só na área de oftalmologia, o município paga 120 consultas por mês, além das 25 cobertas pelo SUS. "Não tem outro jeito, não podemos deixar as pessoas sem atendimento", explica a prefeita Nelise Dalprá.

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