Alheio à pressão dos partidos governistas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer colocar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em votação nesta terça-feira (30). O peemedebista, favorável à redução, disse esperar que a sessão seja tumultuada. “Vai ser tranquila nada. Vai ser bem tumultuada. Se for tranquila não tem graça”, afirmou ao chegar na Câmara no início da tarde.

CARREGANDO :)

Manifestantes aguardam do lado de fora do Congresso com faixas e cartazes. O Batalhão de Choque da Polícia Militar também está no gramado diante do Parlamento. Alguns manifestantes conseguiram entrar na Casa por força de um salvo-conduto concedido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha disse que serão distribuídas algumas senhas, mas, em caso de tumulto, determinará a retirada da plateia.

Cunha disse esperar um quórum mínimo de 450 dos 513 deputados. Para aprovar uma PEC é preciso um mínimo de 308 votos. “Quero votar. O resultado depende da maioria”, afirmou.

Publicidade

O presidente da Câmara disse que ainda conversará com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para definir se a sessão do Congresso prevista para esta noite ocorrerá de fato. A realização da sessão pode postergar a votação da maioridade. Caso vislumbre a possibilidade de derrota, Cunha pode articular com Renan a manutenção da sessão. Se a possibilidade mais forte for de vitória, a tendência é que a sessão conjunta das duas Casas seja derrubada.

Quanto ao apelo do governo para que sejam feitas alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em vez de mudanças na Constituição, Cunha disse que só votará mudanças no ECA depois de votar a PEC.

Veja também
  • Aliados do governo tentarão acordo para adiar votação sobre maioridade penal
  • Cardozo: redução da maioridade seria ‘catastrófica’ para o sistema prisional
  • Reduzir maioridade penal não vai resolver violência, diz Unicef
  • Redução da maioridade penal pode triplicar assassinatos de jovens, diz estudo
  • Apreensão de jovens cai 11% no Paraná