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O Paraná vive hoje uma das piores estiagens de sua história. E o estado que tem nome de rio assiste a seus rios secarem. O Rio Iguaçu, que na língua guarani significa "água grande", está com a água pequena. A vazão do rio, medida em União da Vitória, no Sul do estado, é a menor dos últimos 76 anos – desde que começou a ser calculada. Em seu ponto mais famoso, nas Cataratas, o Iguaçu está com cerca de 15% de seu volume normal, deixando turistas e paranaenses atônitos.

Se a influência da seca fosse sentida apenas na paisagem, no entanto, a situação não seria tão grave. O problema maior é que nove municípios do estado já sofrem com dificuldades no abastecimento de água (ver quadro), segundo a Companhia de Abastecimento do Paraná (Sanepar). Eram dez mas, segundo a empresa, o poço artesiano perfurado no distrito de Rio do Salto, no município de Cascavel, já funciona e a pequena localidade deixa de depender do abastecimento de caminhões-pipa.

Em Curitiba, a população ainda não sofre com a falta de água. O que pode não demorar muito a ocorrer. As duas principais barragens que abastecem a região – Iraí e Passaúna – estão, somadas, com 38% de suas capacidades. Durante os últimos dias, a Sanepar vinha informando que decretaria o racionamento na capital quando esse número chegasse a 30%. "Estamos fazendo o possível para postergar o racionamento na capital. O corte deve acontecer, mas será nossa última opção", diz o gerente de operações da companhia, Wilson Barion.

De fato, a Sanepar vem tomando medidas que vão da despressurização da rede – fazendo a água chegar com menos pressão aos consumidores – até a identificação de represas de particulares que possam contribuir com o abastecimento. A população é que parece ainda não ter acordado para o problema. Uma campanha de conscientização da Sanepar esperava reduzir em 20% o consumo dos curitibanos. A economia, no entanto, não chega a 9%. Para o professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná, Eduardo Felga Gobbi, não há sequer tempo para obras emergenciais significativas. "A situação é dramática. Hoje, só há duas coisas a se fazer: rezar para chover e economizar água."

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