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A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba espera recolher cerca de 2 mil das 15.943 ampolas do medicamento dipirona injetável que haviam sido distribuídas em julho para as 110 unidades de saúde da capital. O restante já teria sido todo consumido, sem o registro de qualquer problema. As ampolas recolhidas fazem parte de um dos dois lotes suspeitos de causar a morte de três pessoas em Londrina.

De acordo com a farmacêutica Agda Silva Moreira, da coordenação de assistência farmacêutica da secretaria, todas as amostras do remédio já foram retiradas das unidades. "Acreditamos que até amanhã [hoje], já esteja tudo no almoxarifado. O passo seguinte será enviar esses produtos ao fabricante, para que seja efetuada a troca", explica.

Os medicamentos sob suspeita são produzidos pelos laboratórios Hipolabor Farmacêutica Ltda. (lote Z 04605) e Teuto (lote 233.0007-B), ambos de outubro de 2005 e com validade até outubro de 2007.

A rede municipal de saúde consome mensalmente cerca de 7,5 mil ampolas de dipirona. A medicação é bastante utilizada nos casos de dor aguda e é administrada apenas por profissionais de saúde nas dependências das unidades. Segundo o coordenador de recursos materiais da secretaria, Lidio Leonardi, mesmo com o recolhimento não faltará medicação. "Temos em estoque ampolas de outros lotes", explica.

O resultado dos exames que apontarão a possível relação do medicamento com a morte dos pacientes deve ser divulgado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) dentro de 30 dias. No último fim de semana, morreram Manuel Apolinário da Silva, de 71 anos, que recebeu dipirona injetável no dia 17 de setembro, no Pronto Atendimento Municipal de Londrina e Fernando Higuchi Batilana, de 4 anos, que tomou o medicamento em Prado Ferreira, no dia 15. Um aposentado de 81 anos, que havia tomado o medicamento na Unidade Básica de Saúde do Jardim Leonor (Zona Oeste de Londrina) no dia 16 de setembro, faleceu esta semana.

Outro homem, de 80 anos, também passou mal após tomar o medicamento. Ele continua internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário de Londrina.

A dipirona injetável é indicada para casos em que o paciente apresenta dor e febre. É utilizada quando há suspeita de dengue, no lugar de medicamentos à base de ácido acetil salicílico, que podem causar hemorragia. Entretanto, o uso prolongado do remédio não é indicado, uma vez que ele ataca os glóbulos brancos do sangue, deixando o paciente com a imunidade abalada.

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