As negociações que tentam por fim à rebelião na Casa de Custódia de Maringá (CCM)ganharam um reforço. O recém-empossado secretário da Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, viajou para a cidade do Noroeste do estado no final da tarde desta terça-feira para auxiliar diretores e coordenadores do Depen (Departamento de Execuções Penais). O motim que já dura mais de 27 horas.

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A rebelião foi deflagrada por volta das 15 horas de ontem por 90 presos no Bloco 3 da CCM. No começo, sete agentes penitenciários haviam sido feitos reféns – mas dois já foram liberados. Um deles precisou ser levado para o Hospital de Sarandi por cauda de agressões que provocaram ferimentos em suas costas.

Essa não é apenas a primeira rebelião do sistema penitenciário no sistema sob a gestão Francischini. É também a primeira da Sesp. Isso porque o órgão que já era responsável pelas polícias Militar e Civil assumiu oficialmente o Depen apenas ontem. Antes, o órgão era vinculado à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).

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Os presos pediram inicialmente assistência jurídica, médica e melhoria na qualidade da alimentação. O maior entrave para o fim do motim, porém, é o pedido de transferência de alguns deles. Recentemente, o governo do estado editou uma resolução que proibia qualquer transferência pedida durante rebeliões. Além disso, o Sistema Judiciário está em recesso.

Como começou

Segundo informações da polícia, cerca de 200 presos tentaram tomar a unidade mas, com a ação da segurança, apenas o grupo de 90 conseguiu dominar o bloco. Apesar de nenhuma facção criminosa ter reivindicado a liderança do movimento, um dos presos que entregou a lista de reivindicação integra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A rebelião teria iniciado quando os detentos começavam a ser recolhidos novamente para as celas no meio da tarde da segunda-feira (29).

2014: Em média, 2 rebeliões por mês no PR

Essa é a 24ª rebelião em cadeias e penitenciárias no estado em 2014. A Casa de Custódia tem 650 vagas e atualmente está com 636 homens. A rebelião acontece semanas depois de parte de a unidade ter sido reconstruída, após uma rebelião ocorrida em setembro de 2011. Na ocasião, os detentos reclamavam da demora no andamento dos processos, de maus tratos e da qualidade da comida.

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O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Anthony Johnson, informou que, ao longo de 2014, 53 agentes foram feitos reféns devido às rebeliões. "Alguma coisa está errada. Esperamos que o governo mude a estratégia e melhore as condições de trabalho para os agentes", afirma.