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A proposta de um pacto de conciliação política, feita por Lula na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, atende a uma preocupação em alta no Planalto e no PT: o medo de que o presidente saia vitorioso das urnas apenas para virar refém do PMDB no segundo mandato, dada a perspectiva de uma base parlamentar ainda mais frágil que a atual. Lula acena para a oposição, notadamente os tucanos-favoritos Aécio Neves e José Serra, na tentativa de estabelecer um contrapeso à voracidade de Renan Calheiros & Cia. Entre os petistas, a expressão "governar com o PMDB" tem um significado apavorante: perda de cargos na máquina federal.Integrado – Tarso Genro (Relações Institucionais), o mais pró-pacto dos ministros, vocaliza o temor petista diante do avanço do PMDB. Além disso, suas atribuições lhe permitem ter uma boa idéia do Congresso que aguardará Lula em caso de vitória.Apocalípticos – Já os palacianos Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Marco Aurélio Garcia (Assuntos Internacionais) pertencem à ala do governo que defende abrir espaço ao PMDB e só. Nada de buscar algum entendimento com a oposição, que afinal de contas terá sido derrotada.

O céu... – Enquanto o PT se preocupa, o PMDB afia a faca. A turma de sempre volta a se reunir com Lula esta semana para discutir cargos no segundo mandato. Nelson Jobim, aposentado do Supremo e pós-quarentena, já participa oficialmente das negociações.

...é o limite – Além das áreas inteiras do governo que reivindica, o PMDB já fala em disputar a presidência da Câmara, sem prejuízo de manter a do Senado, escorado na expectativa de eleger a maior bancada de deputados.Pré-pago – Quem conhece Lula de longa data afirma que o presidente tem sido pródigo no socorro a Aloízio Mercadante, nas ruas e na televisão, com uma intenção clara: evitar que o senador peça compensação demasiadamente ambiciosa caso perca a eleição para o governo de São Paulo.Tampão – Aliados de Lula dizem que a antecipação do 13.º salário dos aposentados foi decidida, entre outras razões, como forma de retardar uma bomba prestes a explodir: a inadimplência entre os que aderiram ao crédito consignado, uma das atrações da campanha reeleitoral.Norte a Sul – Com as passagens por Acre e Rondônia neste fim de semana, Geraldo Alckmin terá visitado todos os estados. O marco será lembrado na TV para mostrá-lo como candidato "nacional".

Rebaixado – No Ceará, onde o candidato do PSDB é pró-Lula, Tasso Jereissati apóia o irmão de Ciro Gomes (PSB), e Heloísa Helena (PSOL) está em segundo lugar, Alckmin ganhou o apelido "Plutão".

Ídolo – Ciro é astro no horário do irmão, Cid. O ex-ministro debate temas de governo, faz propostas e rebate ataques. O tucano Lúcio Alcântara estuda ir à Justiça para tirá-lo do espaço do adversário.

Clone – Em comícios, Roseana Sarney (PFL) pede votos para si, para aliados e daí pergunta: "E para presidente?" A resposta é sempre "Lula". O slogan de sua campanha ao governo do Maranhão copia o do petista: "A força do povo".Draconiano – Deficiente visual, o deputado estadual Rafael Silva (PDT-SP) foi impugnado pela Justiça Eleitoral porque usava óculos escuros na foto que iria para as urnas.

Nas bancas – Empresários paulistas fizeram o piloto de um álbum de figurinhas com mensaleiros e sanguessugas que faria parte de campanha contra o voto nos acusados. A idéia foi abandonada por medo de processo judicial.

Tiroteio

Do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) sobre a ciranda eleitoral no Ceará, onde a disputa passou a ser liderada por Cid Gomes (PSB), apoiado por Tasso, presidente do PSDB, partido do candidato Lúcio Alcântara.

– Pelo menos no Ceará Tasso Jereissati vai ganhar a eleição. Só que com o candidato do Lula.

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