Atualizada em 23/05/2006, às 19h36
Seis pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) no Paraná, São Paulo e Brasília, nesta terça-feira, durante a Operação "Castores". Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Foz do Iguaçu, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Brasília, e mais sete de prisão.
Um deles não foi cumprido, em nome de Michael Popow Nosikow, pois segundo a PF ele está no Paraguai. Foram presos Laércio Pedroso e Luis Geraldo Tourinho Costa (Curitiba), Luís Carlos Dias da Silva Franco, Osvaldo Panzarini e José Della Volpi (São Paulo), e José Roberto Paquier (Brasília). A PF investiga a atuação de uma quadrilha acusada de tráfico de influência e corrupção ativa/passiva na Itaipu Binacional, Furnas, Eletrosul e Eletronorte.
O ex-funcionário de Itaipu, Laércio Pedroso, acusado de comandar o esquema, foi preso na manhã desta terça no Aeroporto Internacional de Curitiba. Ele despachava uma mala para Brasília, através do chefe de gabinete do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Martins Escudeiro, que tem mandados de busca em seu nome. Nesta quarta, Pedroso prestaria depoimento na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele foi convocado para uma audiência publica no caso que investiga denúncias de corrupção em Itaipu. A Justiça afirmou que, mesmo preso, ele pode prestar seu depoimento.
A ação da Polícia Federal foi motivada por uma denúncia feita pela própria diretoria de Itaipu em julho de 2005. A partir disso, começaram as investigações contra Pedroso. O funcionário preso provocou, neste ano, uma reportagem de capa da revista IstoÉ acusando a direção de Itaipu de manter um caixa 2 bilionário. Depois, por ordem da Justiça Federal, a revista foi obrigada a publicar duas páginas como direito de resposta da empresa. Itaipu ainda processa a revista por esta reportagem.
O Superintendente da Polícia Federal de Curitiba, Jaber Saad, afirmou que o grupo manipulava funcionários das empresas. "Eles simulavam dívidas e havia uma tentativa de cobranças dessas dívidas. Obviamente são empresas grandes e as dívidas poderiam ser manipuladas por funcionários corruptos", afirmou ao ParanáTV.
A Polícia suspeita que nos próximos dias o grupo faria um saque de R$ 1 milhão simulando dívidas das empresas com fornecedores. Em quase 300 cheques de pequeno valor, o dinheiro sairia dos cofres sem levantar suspeitas.
A denúncia
Iniciadas em agosto de 2005, as investigações apontavam indícios de crimes de falsificação de documentos públicos e estelionato, cometidos por funcionários ligados às empresas. Durante o período, o Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Civil (Nurce) apurava denúncias de falsificação de selos, carimbos cartorários e assinaturas de diretores em procedimentos financeiros.
De acordo com as informações da PF, diretores de multinacionais ligadas às empresas Itaipu Binacional, Furnas, Eletrosul e Eletronorte, pagavam "vantagens financeiras" para que funcionários públicos facilitassem a liberação de pagamentos, diminuição de multas, entre outros "benefícios".
Veja as imagens da prisão do ex-funcionário de Itaipu na reportagem do ParanáTV
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