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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) colheu, nesta sexta-feira (26), depoimentos de seis dos 15 acusados de terem torturado os quatro suspeitos do assassinato da adolescente Tayná da Silva, de 14 anos, há um mês. Todos os policiais civis, militares e guardas municipais deveriam ter se pronunciado. Nove deles, porém, não deram testemunho, porque os depoimentos seriam gravados em vídeo e eles não concordaram com isso, segundo o Ministério Público.

De acordo com o Gaeco, o advogado dos suspeitos, Cláudio Dalledone, instruiu seus clientes a não testemunharem por causa da exigência de gravação. A reportagem tentou falar com Dalledone na noite desta sexta, mas não obteve retorno às ligações.

Além dos 15 detidos, outros policiais também foram ouvidos nesta sexta para prestar informações adicionais. Na última quinta-feira (25), o Gaeco tomou depoimento dos seis policiais civis que foram afastados do cargo, embora não presos, no mesmo dia em que a Justiça emitiu mandado de prisão contra os demais.

Histórico das prisões

No último dia 10, um exame de corpo de delito comprovou que os quatro acusados foram agredidos, mas a investigação não concluiu por quem eles teriam sido feridos. No dia seguinte à divulgação do exame, o Gaeco passou a investigar os casos de tortura. A Justiça decretou, no último dia 17, a prisão de 14 pessoas e o afastamento de seis policiais civis por suspeita de participação no incidente.

Todos os policiais se entregaram em Curitiba nos dois dias seguintes (18 e 19 de julho), com exceção do Delegado Silvan Pereira, do Alto Maracanã, que foi detido pelo Gaeco na tarde do dia 19 na rodovia BR-277, próximo ao município de Laranjeiras do Sul, na região Centro-Sul do estado.

Na última segunda-feira, um Guarda Municipal de Araucária também foi detido por suspeita de participação no episódio, elevando para 15 o número de agentes presos.

Investigações

O Gaeco afirma ainda não ter, oficialmente, provas periciais de que houve tortura contra os acusados. As investigações do grupo, no entanto, levam a crer que de fato houve tortura contra os acusados, segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. "Ainda não podemos confirmar a existência de provas, mas estamos convictos de que houve agressões por parte dos detidos", afirma Batisti.

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