• Carregando...
Cinco presos foram apresentados pela polícia na manhã desta sexta-feira, um adolescente foi apreendido durante a tarde | Daniel Castellano - Agência de Notícias Gazeta do Povo
Cinco presos foram apresentados pela polícia na manhã desta sexta-feira, um adolescente foi apreendido durante a tarde| Foto: Daniel Castellano - Agência de Notícias Gazeta do Povo

Quadrilha presa não faz parte do crime organizado, garantiu o secretário de segurança

Prisão é a resposta ao crime organizado

Prender os autores da chacina que deixou oito pessoas mortas no último sábado no bairro Uberaba, em Curitiba, é fundamental para dar uma satisfação à sociedade e uma resposta ao crime organizado. A elucidação do crime não só é necessária para que a comunidade do Bolsão Audi-União retome a tranquilidade, como é um meio de evitar que a impunidade sirva de incentivo a criminosos que atuam em outras regiões da cidade.

Leia a matéria completa

  • Confira como foi o massacre nas ruas da Vila União

Quatro homens foram presos e um adolescente apreendido, entre quinta-feira (8) e a tarde desta sexta-feira (9), suspeitos de terem participado da chacina que deixou oito mortos e dois feridos nas vilas União e Icaraí, em Curitiba, no sábado (3). Outros dois homens já haviam sido detidos ao longo da semana. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), um teve a participação na chacina descartada, os outros seis confessaram o crime. Segundo a polícia, o líder do bando seria Wagner Jayson Pascoal, de 23 anos, conhecido pelo apelido de Nardão. Conforme o delegado Hamilton da Paz, da Delegacia de Homicídios, vinha afirmando ao longo da semana, o grupo teria cometido a chacina depois que um sobrinho de Pascoal foi assassinado. "Na verdade não há parentesco entre os dois. O que ocorre é que os adolescentes, que normalmente executam a parte do tráfico de drogas das quadrilhas, são tratados como ‘sobrinhos’ ou ‘afilhados’ pelos mais velhos", disse Paz nesta sexta.

Pascoal foi preso junto com Ezequiel dos Santos, de 18 anos, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Outros dois suspeitos, Edi Miranda, de 21 anos, e Gilmar dos Santos Bandeira, de 25, foram presos no bairro Cajuru, na divisa com a cidade de Pinhais. Com os dois últimos foi apreendida uma pistola Jericó, calibre 9 milímetros de fabricação israelense, usada na chacina, e uma carabina calibre 12, que não teria ligação com o crime. Apesar de terem sido detidos em bairros distintos, todos moravam no Uberaba.

Durante a tarde desta sexta-feira, um adolescente de 16 anos, foi apreendido na região onde ocorreu à chacina. Em depoimento à polícia, ele contou que dirigiu um dos carros usados pelos acusados na noite do crime. "Ele não teria atirado contra as pessoas, mas dirigiu um dos carros que levou os marginais para a cena do crime", explicou o delegado.

Ainda nesta sexta, a polícia confirmou a participação de Roger Fernando Bispo, 20 anos, detido na última terça-feira (6). Paz explicou que inicialmente Bispo teria negado a sua participação na chacina, porém, com a elucidação do caso, acabou confessando. "Fomos confrontando as histórias e, em um determinado momento, ele não teve mais como negar e acabou dizendo que realmente participou deste ato absurdo", completou.

Na segunda-feira (5), foi preso Adenilton Bueno, 31 anos. Mas a participação dele na chacina foi descartada pela polícia. Bueno continua preso porque tinha mandado de prisão temporária.

Chacina

Segundo moradores do bairro, a chacina teria ocorrido após um toque de recolher anunciado por volta das 20h30 do sábado. Depois de duas horas, seis homens, em três carros, teriam passado atirando a esmo, matando quem estivesse pela frente. Entre os mortos, uma criança de 5 meses e a mãe, que voltavam para casa após sair da igreja.

O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, afirmou que a quadrilha não tinha ligação com o crime organizado. "Pelo contrário, são extremamente desorganizados", disse em entrevista coletiva. "É um bando de molecada", definiu. Segundo ele, as armas utilizadas pelo grupo foram emprestadas e os suspeitos sequer tinham dinheiro para colocar créditos em seus celulares.

Delazari voltou a afirmar que o suposto toque de recolher que teria sido anunciado na data da chacina e que teria motivado a morte das pessoas que estavam na rua jamais existiu. De acordo com o secretário, os próprios presos disseram que não houve qualquer aviso ou alerta feito pelos criminosos. "Não temos notícia de que isso aconteça em qualquer lugar de Curitiba", disse.

A polícia continua as buscas pelos carros e armas usadas na noite do crime, além de outro participante já identificado pela força-tarefa.

Veja onde fica a Vila Icaraí

As chacinas ocorridas no Paraná nos últimos dois anos

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]