O desempenho acadêmico dos estudantes cotistas, que estava entre as maiores preocupações da comunidade universitária que se opunha às cotas, é praticamente o mesmo dos estudantes que ingressaram pela concorrência geral no vestibular. Esses dados são usados como base das discussões em algumas instituições que estão reavaliando o processo.
A Universidade Estadual de Londrina (UEL), que está analisando o sistema, levantou as médias de todos os alunos das graduações para comparar a nota do cotista racial e social com a de quem entrou pela concorrência geral. A diferença é muito pequena e gira em torno de décimos, para mais ou para menos. No último ano de Medicina Veterinária, por exemplo, os alunos da concorrência geral tiveram média 7,3, os afrodescendentes, 7,32, e os de escola pública, 7,43. No primeiro ano de Medicina, as notas foram 8,3; 8,32 e 8,13, respectivamente.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) fará a reavaliação do sistema de cotas em 2014, mas as discussões devem começar um ano antes. Assim como em outras instituições, o desempenho dos estudantes será um dos principais pontos dos debates.
Embora não forneça dados, a coordenadora de Políticas de Ensino de Graduação, Maria Lúcia Accioly Pinto, garante que o desempenho entre cotistas e não cotistas é igual. Ela afirma que o aumento ou não de vagas para cotistas nos próximos anos é uma decisão que cabe ao conselho universitário, do qual participam estudantes, funcionários, professores e membros da comunidade.
Outra instituição que divulgou o desempenho dos alunos foi a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que adotou o sistema em 2006 e também passará por análise em 2014. A média das notas, não separadas por curso, é de 6,1 para a concorrência universal, 6,3 para estudantes de escola pública e 5,7 para negros e pardos.
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