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Não houve acordo entre os sem-teto acampados na calçada da rua João Dembinski, no Fazendinha, e a Cohab.Segundo o presidente do órgão de Curitiba, Mounir Chaowiche, os moradores terão que entrar em uma fila de um programa habitacional para moradores em situação de risco. Nessa situação estão outras 1,5 mil famílias. "Não vamos tratar com privilégios os manifestantes do Fazendinha", disse em entrevista ao jornal Gazeta do Povo.

O prazo para conseguir uma casa vai de um a cinco anos. A prefeitura ofereceu acomodação em albergues por 60 dias, passado esse prazo os moradores terão que encontrar outro local para ficarem. Além disso, a prefeitura também ofereceu passagem de retorno para as pessoas que são de outros municípios. A proposta já havia sido feita em janeiro, mas nenhum sem-teto aceitou.

A Cohab fez um mapeamento em que 18 famílias foram consideradas em situação de risco, já os sem-teto afirmam que são 49. A diferença nos dados ocorre porque os moradores contabilizam o número de barracos e a Cohab fez o cálculo levando em conta o número de famílias instaladas em duas habitações.

Mas, o entendimento dos moradores sobre o caso é diferente daquele apresentado por Chaowiche. A primeira-secretária da Associação de Moradores, Irene da Rosa Barbosa, afirmou na terça-feira (2) que já existia um acordo entre a Cohab e os moradores, prevendo a realocação das famílias para outro local. Nesta quarta-feira (3) Irene disse que os moradores não têm para onde ir e que ainda aguardam um acordo. "Como tivemos conversa amigável, acreditamos que qualquer ação de reintegração de posse ou de despejo se anularia", disse Irene.

A desocupação do local foi determinada pelo juiz Douglas Marcel Peres, da 4ª Vara da Fazenda Pública, e caso a Polícia Militar (PM) não cumpra a decisão até sexta-feira, o secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, terá que pagar multa de R$ 10 mil por dia até que a ordem judicial seja cumprida. Dessa forma, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) divulgou nota afirmando apenas que já recebeu a notificação sobre a decisão judicial e que está negociando para que a desocupação seja pacífica. A nota diz ainda que a data da desocupação não será divulgada, para não atrapalhar as negociações.

Os sem-terra estão no bairro desde setembro de 2008, quando ocuparam um terreno na região. Mas, uma decisão judicial determinou que a desocupação do terreno fosse feita pela PM, e os moradores passaram a ocupar a calçada ao redor do terreno. Uma nova decisão da Justiça, de dezembro do ano passado, determinou que os sem-teto saíssem do local, mas essa decisão não foi cumprida.

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