Uma gestante de 26 anos em trabalho de parto teve de recorrer a uma instituição privada ontem, em Paranaguá, por falta médicos obstetras para atendê-la no Hospital Regional da cidade, que nesta época do ano é também a principal referência para toda a população que visita o Litoral do estado. Ainda em dezembro, a Gazeta do Povo mostrou que a unidade está com falta de médicos de várias especialidades.
Com forte dores e em trabalho de parto, a jovem pediu ajuda a familiares, que reuniram R$ 3 mil para cobrir os custos do parto no hospital privado. "Ficamos com medo de perder o bebê. Foi um momento de muita tensão e optamos por pagar um médico particular porque a minha irmã estava sofrendo muito. Vamos entrar com uma ação contra o governo do estado pedindo o ressarcimento do valor", disse Tamy Branco de Araújo, tia do bebê. O médico que realizou o parto no hospital particular é estatutário no Hospital Regional de Paranaguá, também chamado de Hospital Regional do Litoral, mas só começaria seu plantão no início da noite.
Problemas
A falta de médicos obstetras e cirurgiões tem sido recorrente no hospital público. Três médicos obstetras estavam escalados para estar no hospital na manhã de ontem, mas quando a reportagem esteve no local nenhum deles estava presente.
Esta situação tem se arrastado pelos últimos meses, mas foi agravada no dia 8 de dezembro, quando o contrato com a empresa Litovita, que fornecia médicos terceirizados para o hospital há três anos, foi encerrado. A empresa alertou o governo do estado sobre o fim do contrato no mês de setembro, mas nenhuma licitação foi agilizada para suprir os dois terços do quadro funcional da unidade que são abastecidos por terceirizados.
Um contrato emergencial foi firmado com a empresa Unicuore para resolver a situação, mas a entidade está tendo dificuldades para contratar médicos para atender este contrato. Um dos motivos, segundo alguns médicos ouvidos, é que a Secretaria de Estado da Saúde estaria atrasando os salários dos profissionais terceirizados do hospital.
A Sesa informou que todas as escalas dos médicos em Paranaguá estão sendo cumpridas e que abrirá uma investigação para apurar o caso da gestante. A reportagem não conseguiu contato com o diretor da Unicuore, Luiz Fernando Girardello.
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