Dezoito páginas baseadas em três depoimentos fundamentam o documento que inocenta o governo do estado da participação em escutas telefônicas ilegais. Assim é o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Grampo, que durou apenas 18 dias e foi composta por quatro deputados estaduais da base aliada ao governador Roberto Requião (PMDB). O material foi concluído nesta sexta, mas sua votação ficou de fora do último dia de trabalho da Assembléia Legislativa.
"Trabalhamos em cima de documentos e testemunhos. Concluímos que não há provas de que o governo fez grampo", disse o relator da comissão, Jocelito Canto (PTB). Ele escreveu o documento na madrugada de quinta-feira para sexta, logo após participar do depoimento do policial civil Délcio Rasera. O investigador trabalhava na Casa Civil e foi preso sob acusação de chefiar uma quadrilha de escutas telefônicas ilegais.
A segunda conclusão do relatório é de que houve escutas clandestinas e que elas seriam operadas por funcionários de companhias telefônicas. Mas não há uma denúncia específica, nem algo que colabore com uma investigação do Ministério Público. Como sugestões, a CPI pede o reinício dos trabalhos de investigação em 2007, e a abertura de novas comissões para cobrar medidas das companhias telefônicas. Além disso, solicita investigações sobre possíveis irregularidades na Fundação Copel e no espaço paraguaio no Porto de Paranaguá. Esses dois temas já foram tratados pela PIC.
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