O ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho pode ir a júri popular ainda no segundo semestre deste ano. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), assinada pelo ministro Gilmar Mendes e publicada nesta semana, que deu parecer negativo aos recursos de defesa do réu, o advogado Elias Mattar Assad, auxiliar da acusação, acredita que estão esgotadas as chances de recurso no STF.
"Creio ser impossível o Supremo reanalisar algum argumento da defesa. Se tudo transcorrer dentro das nossas expectativas, o júri deve acontecer neste ano", afirma Assad. A decisão do Supremo refutou a argumentação da defesa de Carli Filho de violação constitucional no julgamento feito pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que havia decidido que o caso deveria ser julgado em júri popular.
Assad explica também que outro recurso impetrado no TJ-PR ainda precisa ser julgado. "Acreditamos que no máximo em duas semanas a decisão seja proferida, o que deverá fazer com que o júri popular possa acontecer cinco anos depois do acidente. Ainda considero um tempo dentro do aceitável", afirma o advogado.
O ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho é acusado de matar dois jovens em um acidente de trânsito em 2009, em Curitiba. Em fevereiro deste ano, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) encontrou mais uma vez indícios de que Carli Filho assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e depois de ingerir bebida alcoólica. Isso manteve a decisão de Carli Filho enfrentar júri popular.
A defesa havia conseguido, com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o caso fosse novamente julgado pelo TJ-PR. Há ainda possibilidade de recursos no STJ para tentar reverter a derrota no tribunal local. "Mas creio que as argumentações não prevalecerão e o júri deva acontecer neste segundo semestre", sustenta Assad.
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