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Prefeitura ofereceu abrigo temporário por 60 dias às famílias | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Prefeitura ofereceu abrigo temporário por 60 dias às famílias| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Há um dia de serem despejados pela Polícia Militar, conforme decisão da 4.ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba, os sem-teto que ocupam há oito meses as calçadas da Rua Theodoro Locker, no Fazendinha, seguem sem ter para onde ir. Uma das soluções possíveis é os manifestantes ingressarem na lista das famílias em risco da Companhia de Habitação (Cohab) de Curitiba. Entretanto, as famílias terão que entrar no cadastro da Cohab, que contabiliza 15 mil famílias em situação de risco, sendo 5 mil que precisam ser reassentadas – que é o caso dos sem-teto da Fazendinha.

Apesar da decisão judicial com prazo para ser cumprida até amanhã, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informa que não há data definida para a desocupação. Antes de acionar a PM, a Sesp pretende esgotar todas as possibilidades para a retirada pacífica. Mesmo com a multa diária estipulada em R$ 10 mil para o secretário Luiz Fernando Delazari se a decisão não for cumprida. Entre as possíveis negociações, a Comissão de Direitos Humanos da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai intermediar hoje um encontro entre os sem-teto e a prefeitura para discutir a questão.

Para auxiliar, a prefeitura oferece albergue por 60 dias aos manifestantes. Entretanto, o prazo para conseguir a casa própria pela Cohab varia de um a cinco anos para famílias em situação de risco. "Não vamos tratar com privilégios os manifestantes do Fazendinha", avisa o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche.

A primeira-secretária da associação dos sem-teto da Fazendinha, Irene da Rosa Barbosa, afirma que as famílias estão revoltadas e ainda não sabem o que fazer. Mesmo assim, a orientação é para resistir. "Estamos preocupados, pois não temos para onde ir", diz Irene.

Márcia Leoni de Oliveira Rosa, integrante do movimento, critica a demora para a reintegração de posse. "Nós estamos há oito meses aqui. Se não havia outra solução, deveriam ter nos tirado antes que construíssemos casas mais bem estruturadas", reclama. Para Márcia, a reintegração de posse é uma covardia. "Três crianças nasceram aqui. Cinco mulheres estão grávidas. Só nós sabemos o que passamos vivendo na calçada", conta.

Pelo mapeamento da Cohab, 18 famílias em situação de risco vivem na ocupação. Os sem-teto, por outro lado, dizem ser 49 famílias. A diferença se deve aos critérios: os manifestantes levam em conta o número de barracos e a Cohab une famílias lotadas em duas habitações.

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