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Os integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) que acampam na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Curitiba decidem nesta sexta-feira (28) se deixam o local, após três dias de manifestação. De acordo com a assessoria de imprensa do MST, os sem-terra aguardam a assinatura do convênio de assistência técnica com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), onde estão em reunião desde a manhã, para retirarem as barracas de lona e voltarem a seus locais de origem. Se as reivindicações não forem atendidas, podem permanecer no local por tempo indeterminado.

Segundo Luiz Alonso Sales, do setor de produção estadual do MST, algumas questões jurídicas estariam em aberto. O Incra disponibilizou R$ 3,2 milhões para esta assistência, que irá beneficiar 13,7 mil famílias assentadas. Conforme Sales, com este benefício as famílias recebem dos técnicos assistência nas linhas de produção, na aplicação de recursos de custeio e ainda conseguem criar projetos para que o Banco do Brasil libere recursos financeiros.

MP pede fim do acampamento

Na quinta-feira (27), o Ministério Público Federal protocolou uma Ação Civil Pública solicitando que os integrantes do movimento desmontem o acampamento da Rua Dr. Faivre. A permanência deles no local, de acordo com o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Sérgio Cruz Arenhart, que assinou o pedido, está provocando transtorno ao trânsito de veículos e ao deslocamento de pessoas, além de prejuízo para o comércio próximo. Ainda não há uma reposta para a solicitação.

Protestos

Na capital paranaense, as manifestações começaram na terça-feira (25). O grupo montou barracas em frente ao Incra após uma passeata e, desde então, vem promovendo mais passeatas e tendo reuniões com o Incra, Seab e também a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

Na tarde de quinta-feira, cerca de 500 sem-terra realizaram uma passeata por cerca de duas horas nas principais ruas do centro de Curitiba. Eles protestaram em frente a uma agência do Banco Bradesco contra a venda da Companhia Vale do Rio Doce, o que impediu a entrada de clientes por uma hora. O trânsito ficou lento em alguns pontos.

Reforma Agrária

Os sem-terra do Paraná e de outros estados do país, cobram agilidade na realização da Reforma Agrária. Eles querem o assentamento das 150 mil famílias acampadas em todo o Brasil, sendo cerca de oito mil famílias à espera de terras no Paraná. O grupo também reivindica cestas básicas, infra-estrutura e crédito agrícola.

"Há a possibilidade delas serem assentadas em quatro anos. O Incra tem 115 processos para a compra de terras produtivas e sete áreas que devem ser desapropriadas", afirma o superintendente do Incra, Celso Lisboa de Lacerda.

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